A mulher que vende flores ao fundo da minha rua é medonha.
Senta-se num banquinho de perna aberta, com um canivete numa mão e os molhos de flores, que segura pelo caule, na outra. Corta-os como se estivesse a amanhar peixe ou a trabalhar numa fábrica de charutos. Tem tronco de estivador e pele batráquia, assim como um cigarro permanentemente pendurado ao canto da boca.
Vivo ali há um ano e só lhe comprei flores uma vez, porque era Domingo e não havia mesmo outra alternativa.
Há 13 anos
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