Esta manhã, ao entrar no autocarro, apercebi-me que o motorista sorria. Não era, de certeza, para mim, pensei. E não era mesmo - estava divertido, o senhor, com as chalaças futebolísticas dos locutores da rádio que ia a escutar. Incluiu mesmo o hino «Ser Benfiquiiista...».
Dei por mim a pensar que, nos dias que correm, os programas generalistas de rádio só podem mesmo ser uma conversa de café, cruzada com aquilo a que o Markl (?) chamava de desbloqueador de conversa. O tempo, o futebol, o Benfica, o sol, o frio que ainda ontem se fez sentir e olha como hoje já parece Primavera.
A rádio em Portugal está em queda acentuada, como nunca antes, estou em crer. Mas como pode não estar? Qualquer pessoa com meia dúzia de trocos e três ou quatro artistas favoritos pode investir num leitor de mp3 baratucho e ouvir as canções de que mais gosta mil vezes, sem interrupções nem anúncios nem comentários a despropósito. E cada vez mais o fazem.
Parecendo que não, isto custa-me. Quase tudo o que sou musicalmente, devo-a à rádio (ou a certos radialistas). Mas afastadas que essas personalidades vão sendo das nossas emissões, não hesito - sei que prefiro voltar ao "Alligator", dos National (tantos meses sem escutá-lo!) a ouvir a música que se seguiu às chalaças futebolísticas. «Seven Seconds Away», Youssou N'dour + Neneh Cherry.
Há 13 anos
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