Aqui deixo o arranque de um dos meus contos favoritos de Clarice Lispector, chamado «Preciosidade» (gostaria de partilhar convosco tantas mais histórias, tantas mais destas palavras que cirurgicamente esquartejam os factos e os seres, mas talvez seja mais fácil emprestar os livros!).
«De manhã cedo era sempre a mesma coisa renovada: acordar. O que era vagaroso, desdobrado, vasto. Vastamente ela abria os olhos.
Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase majestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma jóia. Ela».
Há 13 anos
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