Já não sei se é num dos seus livros ou na série propriamente dita que o Jerry Seinfeld tem uma tirada muito boa sobre as amizades na idade adulta. Quando somos garotos, diz ele e com razão, qualquer coisa pode servir como primeira pedra de uma amizade indestrutível: gostas de chocolate? Eu também, vamos ser melhores amigos!...
Com o passar dos anos o fenómeno da amizade instantânea torna-se mais raro e quando já se caminha para a terceira idade, como é o meu caso, os acrescentos à lista de convidados para o jantar de anos diminuem a olhos vistos. Temos preguiça de explicar aos «amigos novos» como é que funcionamos, receio que os «amigos velhos» não achem graça ao alargamento da ZAE (Zona Amiga Exclusiva) e assim como assim estamos satisfeitos com os parceiros do costume. Deus os abençoe.
É por concordar com tudo isto que dou tanto valor ao facto de, nos últimos anos, ter continuado a conhecer pessoas que me merecem a maior das estimas. Graças a «certas e determinadas» bandas, por exemplo, a Leonor e o José tornaram-se sinónimo de amizade quase fraternal, e é esse laço «de sangue» que me permite falar dos dois no mesmo post celebratório sem que - espero! - nenhum deles leve a mal.
Apesar de ter o telemóvel desligado, porém, o dia hoje é do José. Em tempos idos, um conhecido comum referiu-se a ele como «charming man», smithesco título que sobremaneira o incomoda e, por conseguinte, não será usado neste texto. Aqui para nós, é na negação da evidência que o dito charme se agiganta, mas para não maçar o incontactável aniversariante, limitar-me-ei a desejar a este portuense de gema, sportinguista dos sete costados, fã mais exigente do mundo, atento ouvinte do Boa Noite e um Queijo e lânguido amigo um grande dia. Ou noite, que as dele são melhores que os nossos.
Há 13 anos
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