quarta-feira, 29 de abril de 2009

Amália ou Maitê?

Serei só eu a ver os olhos da actriz brasileira Maitê Proença, e não os da Fadista Amália, neste cartaz?

terça-feira, 28 de abril de 2009

OV

«Quando eu sonho eu levo a minha força até ao fim
E quando o sonho acaba, cego, eu olho fundo para mim
E não vejo nada além da tão real ausência de outra luz
E só por ela volto à minha cruz, à minha cruz»

Acho que desde ontem caí num buraco do tempo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fé à força

É assim que se fala, perdão, que se badala na minha terra: Santo Ovídio, MA (Mafamude):

Sino da igreja toca tão alto que até viola a lei

Raquel

Já há algum tempo que a prateleira lá de casa dedicada aos «livros técnicos» - que em dois ou três títulos vai das técnicas de investigação em ciência social às receitas fáceis com porco - precisava de uma nova organização.

Felizmente, a minha afilhada teve todo o gosto em dar o primeiro passo de qualquer reorganização que se preze: deitar tudo abaixo. Olhai o seu orgulho:

Ansiedade

Hoje sonhei que conhecia o Mike Patton e que ele só tinha uma perna.

Ainda por cima, à sua volta ninguém parecia estranhar, o que me obrigou a agir como se também soubesse, embora não fizesse ideia de tal desgraça.

Acho que não aguento muito mais tempo sem saber se / quando vêm os Faith No More a Portugal.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rapaz modesto, faz hinos, casamentos e baptizados

Já no primeiro disco o rapaz Elvis Perkins me tinha mimado os ouvidos, com cançonetas como «While You Were Sleeping» (do mais adorável que pode haver) ou «All The Night Without Love». Cheguei mesmo a entrevistá-lo, no meu quarto (por telefone, entenda-se). Eu tinha acabado de chegar do Sudoeste, com alta telha e cansaço a condizer; ele tratou de me pôr no meu lugar, dizendo que tinha acabado de fazer uma viagem de oito horas ou qualquer coisa assim condizente com o tamanho do país onde labuta.

Mesmo gostando desse primeiro "Ash Wednesday", dizia eu, não esperava tanto do novo "Elvis Perkins In Dearland". Está cheio de canções verdadeiramente empolgantes (e menos choninhas que as do primeiro), sanfonas e harmónicas (alerta Mary-John!), folk sensível e blues com ganas, letras à maneira e uma coragem que se pressente e acaba por desarmar. Na cabeceira da cama, o rapaz Perkins deve ter um retrato do Bob Dylan. Mas, ao invés de tentar emular o mestre, parece aceitar as suas limitações e fugir para a frente, com um pé ligeiro e um jeitinho para a melodia que fazem deste álbum um dos meus favoritos deste ano.

Gosto de todas as canções, mas a que ouço mais vezes chama-se «I Heard Your Voice In Dresden». Dá para bater palminhas, cantarolar, gaguejar, fingir que se está num coro gospel («hallelujah!») e, se o resto do disco não fosse tão bom, valeria o preço do CD. Já há quem lhe chame um hino e pode ouvir-se aqui.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Rave On

E a pergunta do dia é: o M. Ward nunca veio cá porquê, mesmo?...

sábado, 11 de abril de 2009

Ali ao lado, onde gatafunhei «be brave + be kind», também me podia ter decidido por «long shadows + gun powder eyes». Esta rapariga Neko sabe bem o que fazer com as palavras.


À boleia do «vizinho» JML, eis que vos deixo aqui com uma pequenita lista de alguns dos discos que mais prazer me deram este ano - alguns não são exactamente de 2009 mas só me chegaram aos ouvidos ou ao coração nos últimos quatro meses.

Middle Cyclone, Neko Case
Elvis Perkins In Dearland, Elvis Perkins
Glory Hope Mountain, Acorn
Noble Beast, Andrew Bird
Child of the Moon, Tiguana Bibles
Dark Was The Night, Vários
Hold Time, M Ward
Kronos, Cristina Branco
Boato, JP Simões ao vivo
Sou/Nós, Marcelo Camelo
Dark Undercoat, Emily Jane White
In Ear Park, Department of Eagles
You & Me, The Walkmen

Marlene Cristina

Pouco depois de a velhota desorientada sair do Intercidades que apanhou por engano, uma rapariga de vinte e poucos anos tomou o seu lugar, a meu lado. Desde logo que a moça me chamou a atenção pelas revistas de que se munira para aguentar a viagem até Campanhã: um daqueles livrinhos de palavras cruzadas e a edição portuguesa da revista Bravo, essa germânica instituição que, imaginava eu, deixava de apelar às moças a partir do segundo período menstrual.

Mas o festim estava longe de se revelar em todo o seu esplendor: para minha desgraça, a rapariga foi toda a santa viagem agarrada ao telemóvel, recebendo e enviando mensagens escritas («lol», escreveu simplesmente numa delas, que eu vi) e fazendo também algumas chamadas. O mais grave disto tudo? Os toques personalizados, que iam do «Fiu, fiu, táxi!» à atordoante rajada de metralhadora.

Quanto o revisor finalmente apareceu, ela exibiu o bilhete e o cartão do exército que lhe rende um desconto na CP - e um sorriso de aprovação do «pica» que a mim não me tocou.

Nome Marlene Cristina, patente soldado, toque rajada de metralhadora, revista favorita Bravo, filme que levava em versão sacada para mostrar a alguém - namorado, irmão? - com quem falou ao telefone «Crepúsculo» (o dos vampiros castos). «Vais gostar», despediu-se ela, com um riso malandro.

Intercidades

Não reparei quando é que a senhora de olhos enevoados e cabelo no ar se sentou ao meu lado no Intercidades. Mas desde logo imaginei que não tivesse tido qualquer tipo de atenção ao lugar ou à carruagem ditados pelo bilhete. Nos bancos ao lado, um casal «urbano» ofereceu-se para ajudar a velhota. Alta e pálida, a moça, que iria toda a viagem a tagarelar sobre uns gráficos que mostrava ao namorado num mac, foi peremptória mas meiga ao sentenciar: «A senhora está no comboio errado».

Pouco preocupada e até risonha, a velha, cheia de sacos de plástico como todas as velhas como ela, desculpava-se: «Mas disseram que este era o Intercidades...».

Ia para Santarém e ainda a ajudei a perceber se já estávamos a chegar a essa estação. «No Natal não disseram e eu quase que deixava passar!», queixou-se. «Por isso é que vou sempre a olhar pela janela. Eu desta vista não vejo bem. A esta já fui operada mas voltou ao mesmo».

Despediu-se com desejos de boa viagem e Páscoa feliz. Acho que todos - eu, o casal urbano e o seu mac - partilhámos um alívio silencioso por o revisor só ter aparecido depois de a mulher sair do comboio.

Amizade na terceira idade

Já não sei se é num dos seus livros ou na série propriamente dita que o Jerry Seinfeld tem uma tirada muito boa sobre as amizades na idade adulta. Quando somos garotos, diz ele e com razão, qualquer coisa pode servir como primeira pedra de uma amizade indestrutível: gostas de chocolate? Eu também, vamos ser melhores amigos!...

Com o passar dos anos o fenómeno da amizade instantânea torna-se mais raro e quando já se caminha para a terceira idade, como é o meu caso, os acrescentos à lista de convidados para o jantar de anos diminuem a olhos vistos. Temos preguiça de explicar aos «amigos novos» como é que funcionamos, receio que os «amigos velhos» não achem graça ao alargamento da ZAE (Zona Amiga Exclusiva) e assim como assim estamos satisfeitos com os parceiros do costume. Deus os abençoe.

É por concordar com tudo isto que dou tanto valor ao facto de, nos últimos anos, ter continuado a conhecer pessoas que me merecem a maior das estimas. Graças a «certas e determinadas» bandas, por exemplo, a Leonor e o José tornaram-se sinónimo de amizade quase fraternal, e é esse laço «de sangue» que me permite falar dos dois no mesmo post celebratório sem que - espero! - nenhum deles leve a mal.

Apesar de ter o telemóvel desligado, porém, o dia hoje é do José. Em tempos idos, um conhecido comum referiu-se a ele como «charming man», smithesco título que sobremaneira o incomoda e, por conseguinte, não será usado neste texto. Aqui para nós, é na negação da evidência que o dito charme se agiganta, mas para não maçar o incontactável aniversariante, limitar-me-ei a desejar a este portuense de gema, sportinguista dos sete costados, fã mais exigente do mundo, atento ouvinte do Boa Noite e um Queijo e lânguido amigo um grande dia. Ou noite, que as dele são melhores que os nossos.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quem fala a verdade...

Pregão da feira ouvido a Norte pela minha amiga Cibele:

«É a cigana de Lamego - rouba na noite sem medo!»

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Boa Noite e um Queijo

Não há cansaço ou liga dos campeões que detenham o Boa Noite e um Queijo. Mais uma emissão para acompanhar com tostinhas, neste linque suculento.

Sagazes palavras

Rodando no computador da frente (na medida em que um sortido de mp3 pode rodar no iTunes):

«Sound of silver talk to me
Makes you want to feel like a teenager
Until you remember the feelings of
A real life emotion of teenager
Then you think again»

Directamente da cabeça deste amoroso ursinho de peluche:

Dois graus de separação

Ontem recebi, por motivos de trabalho, um e-mail escrito por alguém que já apertou a mão ao Andre Agassi.

Quer dizer, eu também já, mas duvido que o João Cunha e Silva (Wimbledon 93, derrota em quatro sets por altura do São João) tenha tido que se digladiar com hordas de petizes histéricos em busca de um autógrafo, arriscando assim a sua própria vida, para ganhar esse «passou-bem».

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ainda os FNM

11 anos é muito tempo, mas não foi tempo suficiente para desanimar os santos & heróis que mantiveram on-line o site dos Faith No More. Obviamente que - ao contrário do que acontece agora - não ia lá todos os dias, mas sempre que uma dúvida ou uma saudade pictórica me apoquentavam, lá digitava eu «fnm.com», sem nunca ficar defraudada. Firme, hirto e funcional - um mimo de site.

Hoje, na primeira de 842 visitas diárias à dita página, na ânsia de actualizações na secção «ao vivo», reparo que - finalmente! - esta boa gente também já se ligou a 2009. Ou seja: neste momento tenho nos favoritos o site da banda; o féicebuque, onde sou «fã»; o myspace, que subscrevi, e ainda o twitter do Billy Gould (este último dado ganha contornos de especial importância se vos confessar que, até hoje, nem sequer tinha tentado perceber como é que essa coisa funcionava ou para o que servia).

Resumindo: só falta o concerto. Sinto-me uma cidadã precavida, com sacos de areia à porta e janelas reforçadas com tábuas de madeira, à espera do furacão que nunca mais passa.

Tempos idos

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