quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os melhores sms do ano

Passei a manhã da véspera de Natal (ou seja, a viagem de comboio para o Porto) a apagar mensagens escritas do meu telemóvel, para que as felicitações de Natal de 2008 pudessem caber no pequenito aparelho. Claro que, antes de as apagar, tive de relê-las, e foi com tristeza que reparei que, nas mensagens de Natal de 2007 (eram elas as grandes responsáveis pela «despensa» cheia), uma constante se destacava: «em 2008 temos de encontrar-nos!», dizia, de uma maneira ou outra, boa parte dos amigos que há muito não via (e continuo sem ver). Está claro que 2008 passou e, se algum desses desejados encontros se concretizou, terá sido por mero acaso.

Tristezas volvidas, constatei igualmente a tendência idiota que tenho para guardar os sms mais estúpidos. Dentre a modesta colecção (que evidentemente, e ao contrário das mensagens de Natal do ano passado, não apaguei), saliento as seguintes:

I.

Nas poucas vezes que saio de Portugal, há sempre uma parada de gente improvável a ligar-me para o telemóvel, como se lhes cheirasse que vou gastar roaming com o seu súbito desejo de converseta. Em Maio, tinha acabado de aterrar em Heathrow e já a TMN me ligava. Minutos depois, recebo uma mensagem de um número desconhecido. Não atendi, mas fiquei a pensar se não seria importante, pelo que retribuí com um sms onde escrevi qualquer coisa como «não posso atender mas se for urgente por favor mande uma mensagem».

Ia no táxi quando recebo este lindo sms: «Desculpe a minha mulher troca os numeros todos e eganou-se (sic). Infelizmente é habitual».

A necessidade de responder, o atirar das culpas para a mulher, o desabafo extra («infelizmente é habitual»). A melhor de 2008, sem dúvida.

II.

Dias antes, recebo no meu telemóvel, de forma completamente inesperada e gratuita, a revelação de que as modelos não só têm sentimentos, como comem gelados.

«Oi miga. Acabei agora a sessao fotografica. Tou cansada. O desfile é sabado mas sou vou desfilar pra salsa e pra quebramar. Olha agora queres ir comer um gelado?»

A moça devia ser um pouco carente (e ter um tarifário com mensagens grátis), pois lembro-me de lhe responder de forma vagamente espirituosa, a alertar para o engano, e a simpatia do outro lado foi de tal ordem que só lhe faltou agradecer-me por aquele bocadinho.

Posto isto, um bom ano para todos! A mim bastar-me-á que não seja tão mau como 2008 (hasta la vista, ano horríbele).

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