quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Moral

Ao segundo álbum (que não é o que se segue ao "Alligator", antes o que o antecede), os National eram moralistas. Mas diga-se em abono da verdade que esta letra assenta como uma luva (tenho de me controlar para não escrever «de pelica» sempre que escrevo «luva»; Freud deve saber explicar porquê) a tanta e tanta gente que se vê a braços com responsabilidades não desejadas ou mal articuladas, antes ou fora do tempo.

«You coulda been a legend
But you became a father
That's what you are today
That's what you are today»

O resto, que também está muito bem mas com o qual não vos quero aborrecer, pode ler-se aqui.

No final da música, fica confirmadíssima a minha teoria de que há um elo invisível mas palpável entre os National, os American Music Club e os Afghan Whigs (só por acaso, três das minhas bandas favoritas de sempre).

«Don't forget the alcohol, ooh baby», geme o nosso amigo, citando directamente a canção «Miles Iz Ded» dos Afghan Whigs (!). Não podia ser mais claro, o Matt Berninger. Aliás, este álbum ("Sad Songs For Dirty Lovers"), que eu ignobilmente desprezei às primeiras audições, aproxima-se muitíssimo, em certas canções, de uma versão desacelerada - não diria sóbria, mas sim dolorosamente ressacada - dos Afghan Whigs. Só coisas boas.

5 comentários:

menina alice disse...

Sabes que quando ouvi essa música pela primeira vez, também fiquei parada nesses dois primeiros versos?

Anónimo disse...

http://99matters.de/?p=42

lia disse...

Menina-Alice,

ainda bem que aqui aparece, pois em parte este post destinava-se a mostrar como, antes da era do soundbyte, as canções (ou as letras) dos rapazes já foram mais escorreitas, se não narrativas.

Eu penso muito no que leio na Teia - e Deus queira que nunca venha a conhecer o misterioso autor daquela comparação ao PP, sabe-se lá onde iria parar a discussão :D

Leonor,

está o caldo entornado. O cachecol enrolado. O alerta (de obsessão) novamente elevado. E - qual concerto de Amesterdão? :0 Ia perguntar-te cinco segundos depois de me despedir no msn mas já não estavas lá...

Beijos,

Lia

menina alice disse...

Sabe deus! Eu própria ainda não consegui voltar a olhar para ele a direito! :DDD

Agora isso de pensares muito no que lês na Teia é um imenso e mui lisonjeador elogio, que retribuirei com sinceridade numa oportunidade em que não possam acusar-nos de andarmos a trocar galhardetes virtuais.

lia disse...

Não te preocupes com isso e aproveita as coisas boas que vão caindo aqui de vez em quando, como aquele link que a Leonor deixou acima :-)

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