terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mebocaína

Como é que uma caixa de 20 pastilhas de Mebocaína pode custar cinco euros e meio?

A praticamente 30 cêntimos por pastilha, o mínimo que esta bodega pode fazer é deixar-me a falar com a voz da Scarlett Johansson, ou isso.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Minhoca

Julgo que todos já passámos pela incómoda situação de não saber se devemos avisar um estranho para uma qualquer circustância, presente ou vindoura, que possa vir a trazer miséria à sua vida (uma braguilha aberta, um guardanapo de papel preso ao sapato, uma moeda de 10 cêntimos a cair da carteira).

Esta manhã hesitei, hesitei, mas acabei por avisar uma senhora que, tal como eu, esperava a camioneta em Paço de Arcos, encostada a um beiral. Nunca me julguei capaz de proferir estas palavras a alguém que nunca vira antes:

«Desculpe... mas essa minhoca vai na sua direcção!»

(o bicho era comprido, negro como a noite e ia mesmo na direcção da mulher. Achei importante informá-la disso. A senhora, que lia a pequenita revista de culinária «Ementa da Semana» - também sou cliente - deu um saltito e gritou «que horror!», antes de se afastar do beiral zoológico e de me agradecer, claro.)

The Brave One

Duas músicas para resumir a história do filme «A Estranha em Mim» («The Brave One», no original), o thriller em que a Jodie Foster vira serial killer:

- «Mistaken For Strangers», dos National
- «New York I Love You But You're Bringing Me Down», dos LCD Soundsystem

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Porrada

Esta tensão entre Portugal e Inglaterra, que arde em lume mais ou menos brando desde o eclodir do «caso» Madeleine, está a pedir um duelo ao pôr-do-sol, uma pequena batalha campal ou qualquer outro tipo de catarse via pancadaria. De outra maneira não vamos lá.

Acabo de ver, na SIC Notícias, a reportagem da Sky News sobre a morte de quatro turistas no Algarve. Lançaram-se à água para salvar os filhos, em risco de se afogarem, e acabaram por ser vítimas de correntes traiçoeiras.

Fiquei muito impressionada, e triste, quando soube desta tragédia. Mas não entendo porque é que a Sky tem de frisar que sim senhora, havia um aviso sobre o perigo do mar mas nenhuma tabuleta sobre a ausência de um salva-vidas no areal, fora da época balnear.

O Verão não correu bem a ninguém mas já vejo vontade de implicar com tudo e mais alguma coisa - do lado deles e deste também.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Estações do Ano

Acho que foi hoje que se deu, por fim, a transição do Verão atrasado para o Outono.

Em linguagem popular, quer isto dizer que passámos do...

«Uma pessoa nem sabe o que é que há-de vestir!»

Para o:

«Já sabe bem o casaquinho»

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Boa Noite e um Queijo

Hoje é dia de jantar à pressa e deitar tarde - ou seja, é dia de Boa Noite e um Queijo, às 22h00 na Rádio Zero (ou a partir de amanhã nos vossos leitores de mp3). Prometemos uma emissão mais pontual e menos caótica que a da semana passada. Mas só Deus sabe se cumpriremos...

Lagarto, lagarto

Esta manhã, ao sair de casa, reparei que a gata brincava com qualquer coisa na cozinha, a sua divisão favorita desde que o estore se escangalhou e a luz do Sol de Outono entra toda por ali dentro.

Pensei que fosse um papel, um pedaço de plástico ou algum pequeno vegetal (há lá coisa de que a bicha goste mais que um rebento de soja ou uma tirinha de cenoura! A sério). Aproximei-me e estranhei a forma simétrica do brinquedo da Shiva.

Já quase de nariz do chão, percebi que era um mini-lagarto (uns dois centímetros e meio de comprimento), bem morto e espalmado, que entretinha a gata.

A felina preferiu não revelar onde o encontrou. Fico assim sem saber se o pequeno réptil que jaz no meu caixote do lixo veio colado a algum sapato ou se se aventurou a trepar os nossos três altos andares.

Complemento

Sinto uma certa saudade de ser devidamente insultada neste blogue.

Assim sendo, aproveito que o amigo JG me tenha enviado, na semana passada, a foto que dormia no seu portátil desde Agosto para completar aquele post lá em baixo, em que sugeria que comprassem a BLITZ deste mês para lerem, entre muitas outras coisas, a entrevista aos National.

Olhai:

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Frases que alegram o meu dia

Esta manhã, numa farmácia de Algés:

«Tratam melhor um carneiro no curral que uma pessoa no médico!»

Quem o disse foi um senhor idoso, com casaco à Pai de George Costanza. O farmacêutico («Onde é que já se viu receitar um medicamento que saiu do mercado há seis meses?!») deu-lhe razão.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Iogurtes

Não vejo jeitos de contrariar a ascensão do iogurte na nossa sociedade. Eu, que nos tempos da faculdade terei provado todo o tipo de leite coalhado disponível no mercado (ah! loucos anos!), já não posso com mais anúncios a iogurtes «funcionais». Ou bem que regulam o trânsito intestinal, ou controlam a linha, ou nos enchem de «el casei imunitae». Que é feito dos iogurtes que são bons, porque sabem bem? Ainda me lembro de comer dos de chocolate (Longa Vida) com um pacotinho de açúcar por cima - bons tempos.

O ridículo chegou hoje a um novo máximo, com a oferta, no meu local de trabalho, de um Adagio em modo «shot». Vem com um panfleto que explica o seguinte: dada a «micro-textura» do iogurte, o nosso intestino delgado é enganado (coitadinho) e pensa que está satisfeito, quando se encontra na mais profunda miséria. Isto faz com que, durante algumas horas, tenhamos menos fome do que é habitual.

Os senhores sugerem, então, que enviemos um sms para o seu número de apoio, com a hora a que comemos a nossa refeição principal. Quatro horas antes, eles farão o obséquio de nos avisar para tomarmos o shotzinho enganador. Para termos menos apetite à hora da paparoca.

Por amor da Santa, o que inventarão a seguir? Iogurtes com glutões que comem o resto da comida que ingerimos durante o dia?

Escusado será dizer que a minha tripa se mantém insensível a estas invenções. Por mim, ia já lanchar.

Shakira

Esta manhã, ao entrar no autocarro, mostrei o passe ao senhor motorista e disse-lhe bom dia. Ele respondeu-me com o refrão de «Whenever, Wherever!» da Shakira, que passava na rádio naquele momento. Fiquei tão surpreendida que me esqueci de passar o passe na maquineta da entrada e tive de voltar para trás, segundos depois, perdendo para os meus companheiros de autocarro a fraticida, ainda que aparentemente civilizada, luta por um lugar sentado.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Testes

E ainda dizem que estas coisas não têm rigor científico! Numa tarde com pouco trabalho, segui o linque da blogthings, disponibilizado ali no Blog da Suz. Três tiros, três melros - o mesmo é dizer que os testes me revelaram que o meu verdadeiro mês de nascimento é Junho (nasci cinco dias antes do dito); que se eu fosse um país, era a Holanda («tolerant and unpretensious»), e que a minha cor é o roxo!...

«Your world is colored in dreamy, divine, and classy colors. Your color wheel opposite is yellow. While yellow people may be wise, they lack the manners and class needed to impress you.»

A propósito, depois de anos a fio a inventar coisas que na melhor das hipóteses me fariam parecer um saco de batatas, e dos feios, os senhores da moda lembraram-se de me compensar fazendo do roxo a cor desta estação. O efeito não é, porém, dos mais animadores: ainda nem começou a fazer frio e já estou um bocado farta de ver a «minha» cor em tanta gente (ainda outro dia, no autocarro, duas raparigas usavam blusas exactamente no mesmo tom). Espero que no próximo Inverno se decidam por um cinzento ou um azul-bebé, duas das (poucas) cores que nunca uso.

Stones

Passei três noites desta semana a ver o mais recente DVD dos Rolling Stones, "The Biggest Bang". São sete horas e tal de concertos, entrevistas e imagens sortidas, divididas por quatro discos. Quando chegam ao fim, até ficamos com saudades dos velhotes (estou a brincar - a maior parte das actuações é verdadeiramente impressionante e o Keith Richards é mais fixe que a ideia de fixe. A sério).

Entretanto, foi também neste DVD, mais precisamente nos últimos minutos do quarto disco, que encontrei as mais aberrantes traduções de sempre. O Mick Jagger falava sobre a versão que a banda tocou de «Get Up Stand Up» mais ou menos nestes termos: «You think you can play any song, and you are right, but you'll only know if it works when you show it to the people».

Dizem as legendas: «Você julga que pode jogar qualquer canção, e você está direito, mas só saberá quando a mostrar aos povos».

Isto é ainda mais bizarro se tivermos em conta que este assomo de genialidade só surge no finalzinho do DVD; até essa altura, apesar de «yeah» aparecer traduzido como «yeah», não tinha havido motivos para grande alarde.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Grafitti

No chão do comboio que apanhei esta manhã, alguém escreveu a seguinte mensagem:

«Na mudança de atitude, não há mal que não mude»

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Boa Noite e um Queijo

Está de volta o melhor programa de rádio feito por mim e pela Ana Martins às terças à noite!

Para as duas ou três pessoas que não escutaram a emissão em directo ontem à noite, haverá podcast brevemente, aqui (já podem lá passar para ver o alinhamento...).

Revistas

Finalmente, uma revista que fala sobre os melhores cafés da cidade, as frases que se escutam nos transportes, os supermercados de trazer por casa, os melhores programas dos canais mais obscuros, os transeuntes que nos chamam a atenção - e os discos, livros, filmes e teatros que às vezes também consumimos. Chama-se Time Out Lisboa, tem muita graça e, em duas semanas, já me habituei à ideia de que Quarta-feira é dia de ir ao quiosque comprá-la.

Noutro registo, e apesar de não ser meu hábito usar o blogue para publicitar a revista que me põe o pão na mesa, desta vez gostava de vos convidar a comprar a BLITZ. Além de tudo o que já vem sendo hábito neste ano e pico (entrevistas, artigos, belas fotos, críticas, o Diabo a quatro) há um texto desta vossa lacaia sobre os National. Olhai aqui um excerto da entrevista com o Matt Berninger:

« 'Anoto pequenos pormenores que pareçam interessantes. Às vezes parecem benignos, vulgares, mas julgo que as canções também precisam disso, para se ancorarem na realidade. Na mesma canção, ponho pormenores muito específicos e mundanos, lado a lado com metáforas mais abstractas, e a combinação é que dá peso e honestidade à canção'.

Um exemplo é «Fake Empire», o magnífico tema de abertura de Boxer, nascido de uns esboços de Bryce Dessner à guitarra e da frase «we’re half awake in a fake empire», rabiscada algures por Matt Berninger. 'Há quem a interprete como canção política, o que eu entendo, porque parte de uma observação algo política, mas o resto da canção é mais sobre escapar, sobre uma necessidade de permaneceres meio adormecido – ou meio acordado. Tornou-se numa canção sobre abandonares tudo e ficares num mundo de fantasia. É menos uma canção política e mais uma canção sobre embebedares-te um bocadinho, ires sair e fingires que está tudo bem', elucida.

'Surgiu muito rapidamente e tornou-se a canção perfeita para abrir o disco, porque cria ali um ambiente e o resto do disco também lida com esse tipo de coisa: desligares-te'. »

São só 2,5 euros e traz um vinil e um livro de oferta. Agora o que ficava aqui bem era a foto do JG desta entrevista...

Tempos idos

FEEDJIT Live Traffic Feed