quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Post sortido/miscelânea

É oficial: ao Domingo à tarde, especialmente se estiver murchita ou desocupada, gosto de ver o "Queer Eye For The Straight Guy", programa em que cinco gays dão uma mãozinha (sem malícia) a um straight à rasca em uma ou mais das seguintes áreas da vida: visual/roupa, cabelo/cuidados de pele, casa/decoração, culinária & vinhos, trato social.

Cada um dos senhores é, inevitavelmente e para o bem e para o mal, uma personagem, mas a coisa acaba por fluir alegremente (de forma "gay", portanto) e já assisti a verdadeiros milagres, como casas que passam de pardieiros a protótipos de mansão, assim de um dia para o outro, ou homens horrendos com "mullets" à anos 80 e unhaca comprida que, graças à ajuda dos auto-proclamados "Fab Five", acabam parecidos com o Tom Cruise (eu nunca gostei do Tom Cruise, mas reparem que no começo ele tinha uma "mullet" e parecia guitarrista de um grupo tipo Nickelback. Sempre ficou com melhor ar).

Aquele de quem tenho mais inveja, no entanto, é o gay cozinheiro, que para cada ocasião sabe uma receita, um truque, um conselho infalível. Tento decorar algumas coisas, como as dicas sobre como escolher peixe ou aquecer determinados alimentos, e tenho grande estima pelos conhecimentos do homem. Podiam pô-lo a fazer um programa com aquele senhor do "Na Roça com os Tachos", grande ídolo da minha mãe.



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Prosseguindo. Nos últimos tempos desenvolvi considerável interesse pela culinária e, mais do que isso, pela respectiva literatura. Leio com dedicação suplementos de receitas e revistas do género, como se cada prato fosse uma pequena história. Gosto de pensar que receitas podia fazer (ie, quais é que conseguiria levar a bom termo) e de memorizar todos os passos até ter relativa certeza que a coisa vai correr bem.

Tenho reparado que este é também um mercado muito saudável, no que toca a publicações. Ele é revistas de culinária para crianças, para vegetarianos, para doceiros, para amantes de caça... Na semana passada, a meio de um desagravo gastrointestinal, lembrei-me de um nicho por explorar: comida de doente.

Como tornar menos insonsa essa batata cozinha? Farto de arrozinho branco? Ponha uns óculos de lentes coloridas, não faz mal à barriga e sempre quebra a monotonia! Doente e sozinho em casa? Canjas em dois tempos sem ser das instantâneas!...

Acho que podiam ter saída, estes manuais.

Felizmente já estou melhor e senti isso na Segunda-feira à noite, quando fui ver o "Munique". O filme é comprido como o raio e não tive tempo de jantar antes. Conclusão: depois de vários dias em que nem podia, nem queria ter qualquer tipo de intimidade com a maior parte dos alimentos à face da terra, dei por mim a salivar de cada vez que os protagonistas do filme falavam do seu arqui-inimigo, o terrorista Al Salameh.

3 comentários:

Anónimo disse...

com terroristas destes, posso eu bem mham, mham...

Anónimo disse...

Só tu.. só tu..
Parola

Anónimo disse...

:)
(diz lá se também não és adepta..)

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