Não foi um ano em que ouvisse muita música, este de 2010.
Se aos amores National e Walkmen juntar a fiel amiga Laura Veirs (desde dois mil e troca o passo incapaz de fazer um mau disco), o Nuno Prata (sempre com mão firme nas canções e na honestidade) e o falsamente macio Mark Kozelek (o disco de Sun Kil Moon foi o que mais companhia me fez este ano), ficam as contas fechadas.
É certo que ouvi, e gostei, de músicas do Caribou, Laura Marling, MGMT, Interpol, Horse Feathers (muito bonito!), Adrian Crowley, Beach House e o diabo a quatro, mas não desvalorizemos a ideia de álbum enquanto pequeno mundo alternativo (ao nosso), autónomo (dos outros) e convidativo (a que lá passemos tardes inteiras). Nesse aspecto, aqueles foram os vencedores - e não me faz qualquer espécie que vocês os odeiem ou desprezem. Se há coisa que, nesta altura do campeonato, deixou de me fazer sentido, é a ideia de competição e discussão sanguinolenta em torno de coisas tão pessoais e supostamente prazerosas.
Posto isto, não posso deixar de reparar como, depois de os National tomarem, com o Boxer, o lugar dos Arcade Fire nas listas de melhores do ano, são agora os Walkmen a ocupar o trono de «ainda não são bem mas um dia destes acabarão por ser, e nós [imprensa] vamos poder dizer que já no ano X o tínhamos previsto. E aí os esqueceremos, aí os largaremos da mão». Como quase tudo na vida: previsível, natural, e um tudo-nada aborrecido.
Há 13 anos
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