domingo, 1 de agosto de 2010

A estudante deslocada que haverá sempre em mim condói-se com estas situações

Esta é uma história já contada na tal diabólica plataforma de iniciais FB, mas que me parece digna de ressurreição neste cantinho bem mais pacato.

Numa noite quente desta semana, à saída do concerto do Mark Knopfler no Campo Pequeno, os táxis escasseavam. Enquanto deambulava em busca de viatura, um casal «de idade» pergunta-me se sou daqui. 14 anos depois, ainda respondo «mais ou menos». Querem saber onde é o Ibis, onde pelos vistos estão hospedados. Pergunto-lhes o nome da rua; entre muitas desculpas, o senhor mostra-me o panfleto e diz: «É aqui, menina, Avenida Casal Garcia».

Controlado o riso, toscamente tento dar-lhes direcções. Cabisbaixos mas agradecidos, eles seguem caminho. Uns 15 minutos mais tarde volto a encontrá-los na fila para os táxis. Embaraçado, o homem confessa, encolhendo os ombros: «Não fixei a rua, é melhor assim». Ainda mais encabulada, a senhora só acena que sim. Pouco depois, tentam pedir indicações aos polícias que são tão ou mais cepos que eu. Condoída de pena, e temendo que os simpáticos forasteiros fossem surripiados e estropiados no caminho até ao hotel, dei-lhes boleia de táxi até à Casal Ribeiro («Oh Nando, anda aqui no táxi com esta menina!»).

Apesar de bêbado ao ponto de mal abrir os olhos, o taxista foi muito simpático e expedito no caminho até ao Ibis e, depois, até minha casa. Quanto aos meus colegas de viagem, pagaram-me o pequeno trajecto com o dinheirito que levavam embrulhado numa folha de revista dobrada em quatro.

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