«É como cumprimentar a Torre Eiffel», disse ela. E tinha razão. Esperar por um milagre no meio da anarquia oca dos Gogol Bordello e encontrá-lo ali, sorriso a meia haste e braços dispostos a abraçar, foi o mais próximo que tivemos de uma experiência religiosa naquela noite de Julho, à beira-rio. Horas mais tarde, as doc martens resgatadas ao baú enchiam de poeira o cenário do concerto daqueles senhores anti-Bush e anti-tudo, e nós, delicodoces e semi-ausentes, pensávamos na sorte que tínhamos (e em estátuas de luz). Dali a uma semana teríamos nova dose. E dessa vez, oh, dessa vez é que ia ser.
Quase um ano depois, o verde do Minho a substituir-se à poeira do Alentejo. A sensação de dia de folga, inatacável, a apagar a lembrança de ter de escrever sobre coisas demasiado pessoais. Os amigos todos à mão, a contagem decrescente, a certeza, cimentada ao longo de semanas, de que desta vez é que ia ser. Tudo aquilo que desejáramos.
«Não vai correr bem, vai ser um sonho. High hopes», escrevera ela. E tinha razão.
Quase um ano depois, o verde do Minho a substituir-se à poeira do Alentejo. A sensação de dia de folga, inatacável, a apagar a lembrança de ter de escrever sobre coisas demasiado pessoais. Os amigos todos à mão, a contagem decrescente, a certeza, cimentada ao longo de semanas, de que desta vez é que ia ser. Tudo aquilo que desejáramos.
«Não vai correr bem, vai ser um sonho. High hopes», escrevera ela. E tinha razão.
Olho para trás e lembro-me da lua cheia, perfeita, da silhueta do castelo e das igrejas recortadas na noite, do jardim mimoso a sorrir-nos mal lhe pusemos a vista em cima, quando chegámos pela tardinha. Lembro-me de ouvir as canções e de já não as ouvir, de confundir cada momento com tudo o que pedira e sonhara, o coração a bater-me nos ouvidos, as mãos a arder, a vontade de gritar Guimarães não sei bem por que motivo.
Lembro-me de mim e deles como se fôssemos um só, finalmente em sintonia, finalmente premiados por tudo.
E da típica sensação de vazio no final, da qual só o «Dia Mau» tocado de surpresa me podia despertar.
Lembro-me de mim e deles como se fôssemos um só, finalmente em sintonia, finalmente premiados por tudo.
E da típica sensação de vazio no final, da qual só o «Dia Mau» tocado de surpresa me podia despertar.
2008 pode não estar a ser o melhor ano, mas aquele dia de Julho valeu por muitas vidas.
4 comentários:
:)
Ler-te e lembrar enche-me o peito todo outra vez. Vocês enchem-me o peito. E saber que basta lembrar é um conforto seguro. Isto não acaba nunca e falta-nos Nova Iorque.
:D :D
Que bonito andares aqui agora, mana!
Reconheceste as citações?
Claro que sim. :) A da Torre Eiffel não me lembro mas andava ali assarapantada. Já avisei o mano do teu post. :)
*
Ah, fizeste bem, não o estava a encontrar no msn :-)
Até amanhã! *
Enviar um comentário