Irrita-me esta ideia de porem o Federer a jogar contra o Sampras num torneio de exibição.
Primeiro, porque se vê à légua que há ali tanta «verdade desportiva» como no wrestling americano. Em três partidas, o Novo ganha a primeira à vontade, a segunda um pouco mais à rasca e o Velho vence a terceira? Coincidência, pois claro.
Depois, colocarem frente a frente dois grandes atletas que atingiram o seu pico de forma em décadas diferentes lembra-me uma das coisas mais decadentes que alguma vi em televisão (e Deus sabe que 93% do que eu vejo em televisão é decadente - isto porque às vezes vou ao engano e, oops, lá vejo alguma coisa decente. Mas é sem querer).
Nesse documentário de agridoce memória, uma equipa de «investigadores» conduzia uma experiência de forma a determinar quem era mais poderoso: se um hipopótamo ou um tubarão. Muito antes da Popota se pavonear ao som da Gwen Stefani no anúncio do Modelo, já aquela gente sabia que os bichos não são tão meigos como os desenhos animados nos fazem crer. E depois de estuporarem um ror de televisores e melancias nas bocas mecânicas dos simulacros de hipopótamo e tubarão que haviam construído, os «cientistas» concluíam que o primeiro levaria surpreendente vantagem sobre o segundo num encontro que - SURPRESA! - nunca iria acontecer, pois um vive em águas fluviais e outro no mar.
É mais ou menos o que acontece com o «duelo» Federer-Sampras: nunca será o mesmo que um Federer-Nabaldian dos anos 00 ou um Sampras-Agassi dos 90.
Aproveito para agradecer a paciência demonstrada nos comentários do blog - como dá para perceber, valeu bem a pena esperar por um novo post (cof cof, é como quem diz).
Há 13 anos
2 comentários:
E que não viesse a boquinha ao wrestiling, hmm! :D
E valeu! :D O paralelo está genial. E falas da Popota, meu novo ícone do marketing de massas. :)
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