Os últimos dias têm sido pouco dados à postagem graças a uma gripe vinda directamente do quinto dos infernos para me atazanar o fim-de-semana prolongado. Parece-me no entanto importante aqui apresentar um breve resumo dos sonhos que tenho tido - muitos deles com a raiz, ou a inspiração, bem à vista.
Por ordem de ocorrência:
1.
A Ana Moura - sim, nada mais nada menos que a Ana Moura - decide convidar-me para acompanhá-la em palco. Eu tento disfarçar mas estou, como dizer, em pânico. Não sei cantar, muito menos Fado, e muito menos Fado com letras em Francês. A dificuldade da tarefa avoluma-se mas ela faz questão que eu aceite. Felizmente acordo.
2. Estou a compilar
a lista dos melhores discos portugueses do ano e há um dos colaboradores da revista que se lembra de votar num disco do qual nunca ninguém ouvira falar. Vá-se lá a saber como, o registo entra disparado para a liderança do top deste ano. Acho mau princípio que a votação seja ganha por um disco obscuro, votado por apenas uma pessoa, e penso em formas de, erm, resolver a questão. O disco era da autoria do Marcelo Rebelo de Sousa.
(estes dois sonhos terão decorrido do facto de eu andar, realmente, a tratar da hercúlea tarefa de eleger os melhores discos do ano da graça de 2007, para a revista na qual trabalho)
3. Ainda traumatizada por ter sido apanhada, há pouco tempo, por um revisor que me informou que o meu milionário passe não dá para ir até Oeiras, situação que honestamente desconhecia, sonhei estar a bordo de
um comboio que não parava. Tal como naqueles sonhos com elevadores que disparam rumo aos céus (há quem sonhe com eles a cair, eu sonho com eles a levantar voo), a composição avançava sem parar nas estações. Estaremos já em Oeiras?, perguntava-me eu, um tanto ou quanto aflita. Quando o comboio finalmente parou, olhei para a placa da estação. Estávamos nos Açores.
4. Passei a noite de Quarta para Quinta com alguma febre e vários delírios - ou um só delírio, que crescia e ganhava novos contornos de cada vez que fechava os olhos, tentando dormir.
Os Radiohead dominavam o mundo, basicamente. Por todo o lado onde fosse, lá estava a rapaziada de Oxford à minha espera, em pessoa, cartaz ou música (um dos dois primeiros temas do "In Rainbows" eram a banda-sonora da distopia). Acho que (e não é que o meu subconsciente tem a mania que é engraçadinho!) os Radiohead, sempre tão críticos face aos malefícios do capitalismo, se tinham tornado eles próprios uma gigantesca corporação multinacional que controlava os passos de toda a gente - ou pelo menos os meus, o que já era suficientemente aborrecido.