quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Eu não vejo televisão

Pronto, nem o sofá verde de que aqui falo é aquele que estou há horas a querer colocar como imagem, no BI do blog, nem a televisão que me animou a infância é a mesma que, ao longo das últimas semanas, tem servido para preencher todos os minutos que a minha preguiça impede de serem minimamente produtivos.

Mas o que conta é mesmo a intenção, e a minha é a de partilhar com os dois leitores e meio deste blog (o meio sou eu mesma) o mundo fascinante de personagens que (não) se escondem na caixinha que mudou o mundo. Tenho um pressentimento que este espaço vai ser visto, pelos quatro olhos dos seus dois leitores, como um blog “para dizer mal”. Mas garanto-vos que a gente que me fez trair a jura de nunca ter um blog é merecedora de aplauso: por me fazer rir, por me fazer pensar «como é possível?!», por me dar a impressão de que até eu (!) faria melhor. Palavra de meia (de leite).

Em pequena, o meu Avó vinha sempre ter comigo, quando queria saber a programação dos então dois canais. O meu dia favorito era a Quarta-feira, por ser nessa altura que chegava ao quiosque do Sr. Manel a “TV Guia”, então arredada, como toda a humanidade, das falsas vedetas dos reality shows. Séries, filmes e novelas faziam as minhas delícias.

Ao crescer, passei por uma casa com ditadura televisiva, por outra sem televisor. Troquei a imagem pelo som, tornando-me fanática pelos programas de autor que então pululavam na rádio, e que agora, graças a Deus e ao serviço público, começam a regressar. Recentemente, tive uma recaída: recebi, de presente, um televisor lindíssimo, e, como naquelas brincadeiras e encostões que os concorrentes do Big Brother dizem sempre não querer dizer nada, reatei a relação com a TV. Que decorre no sofá verde desconchavado, propriedade da minha senhoria e adversário de costas direitas e olhos atentos aos quatro canais de que disponho. Não há (quase) nada que veja e me faça pensar: «Que bom que isto é, que bem feito!». Não: às vezes dá-me vontade de rir, outras de chorar, mas distrai-me e inspira-me... nem que seja para escrever umas linhas sobre estes heróis por cantar. Não saia do seu lugar!

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