Há alguns dias, vi na paragem da Vimeca, em Paço de Arcos, um velhote a queixar-se do atendimento no seu centro de saúde - das análises que o mandaram fazer, da mudança de data das mesmas e de tudo à volta.
Se já a mim tais burocracias aborrecem, imagino a alguém cujas mãos - ocupadas por uns saquitos do Pingo Doce - tremem mais do que deviam.
A páginas tantas, as duas senhoras que compõem a audiência do velhote interpelam-no para perguntar se é de dores que ele se queixa. E eis que o homem, lapidar, riposta:
«Não é dores! É a cabeça, que virou!».
Psicanálise colectiva e gratuita logo pela manhã - não é de desdenhar.
Há 13 anos
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