terça-feira, 31 de março de 2009

Sweet talk caffeine

Depois de pelo menos quatro noites de sono truncadas pelo trabalho, na última semana, é impossível não ouvir a frase «sweet talk caffeine» e sorrir de conforto.

Ao café agradeço todos os textos que consegui completar noite fora nos últimos dias. Aos promotores e até ao Mikezinho - sei que me estás a ouvir - pergunto: quanto mais tempo temos de esperar até o raio da página anunciar o concerto por cá? Quanto?...

Entretanto fica um vídeo que não deverá chocar quem só conhece a minha face mais choninhas. Para acordar.


quarta-feira, 25 de março de 2009

Colliiiiision

Num momento estou a reparar que a Radar passa, pela segunda manhã consecutiva e sensivelmente à mesma hora, a música dos Grizzly Bear para a compilação-maravilha dos Manos Dessner - e que o Boa Noite e um Queijo, ontem à noite, também colocou na montra de prémios.

Um número indeterminado de segundos mais tarde, só me lembro de um estrondo considerável, enquanto ouço gritos de «ESTÁS BEM? ESTÁS BEM?» e dou conta que tenho a cabeça e o pescoço vagamente doridos.

A dona do carro que bateu no nosso deu-se como culpada e, tão atrapalhada como nós estávamos em choque, fazia o que podia, pedindo desculpa com ar encabulado. «Deixe lá... acontece... podia ter sido pior...», balbuciávamos nós, escrevinhando contactos de telefone em blocos de notas.

A parte mais estranha é a de quase não me lembrar do embate propriamente dito. Mas senti as ideias - acondicionadas na cabeça que foi atirada contra o assento - todas a chocalhar. Tenho a impressão que três ou quatro posts do Sofá Verde faleceram neste pequeno, mas intenso, acidente automóvel.

Revolta de batina

Padre "ameaça" recusar baptizar meninos com nome Lucílio

Antecipo uma corrida ao registo civil de pais resignados com a ideia de que o seu bebé vai mesmo ter de chamar-se Olegário.

terça-feira, 24 de março de 2009

Arneiros: fauna e flora

Nem toda a gente percebe, mas uma das coisas que mais me alegram na casa pela qual (não) pago uma renda de quatrocentos escudos é o pequeno jardim que a rodeia. Desde magnoreiros a rosas de Santa Teresinha, passando por limoeiros e vegetação anónima mas quase luxuriante, ali encontro muitas das referências (de cor, de aroma) da minha infância.

De quando em vez também por lá surge um felino desorientado, como esta gatita (vadia? fugitiva?) que a câmara de telemóvel do meu moço capturou, há poucos dias:


domingo, 22 de março de 2009

Diagnóstico reservado

Por onde quer que olhe para a cena, será sempre cómico que, segundos após ter interpretado as minhas análises e dito de sua justiça, um reputado médico especialista me pergunte, sempre sem sair do seu tom profissional (leia-se sorumbático):

«Você conhece um conjunto...»

«De sintomas? De perigos? De episódios do House?», antecipo eu mentalmente, ansiosa.

«... um conjunto chamado Fever?».

São uma banda portuguesa de metal. Pelos vistos, o afilhado do doutor toca lá. E o filho nos Moonspell.

Acorn - Glory Hope Mountain



Peguei neste disco pela capa e não demorei mais do que uma música a perceber que tinha feito bem. Esta gente que responde pelo nome de Acorn é do Canadá e faz música adorável, algures entre a folk mais intimista e os ritmos mais festivos (mas não friques, graças a Deus). Alguns dias depois de me ter apaixonado por canções como «Crooked Legs», «Hold Your Breath» ou «Flood Pt. 1», descobri que o mentor da banda - ainda pouco conhecida, mas já recrutada para tocar com Calexico ou Elbow - escreveu o disco inspirado por uma data de conversas com a sua mãe, hondurenha, sobre o passado turbulento na terra natal e a posterior emigração para o Canadá. Boa música E boa história - é melhor não deixarem esta rapaziada passar-vos ao lado.

Novo prazer culpado

Ela chama-se Tabatha, diz-se «dura» (tough) e «talentosa» (talented), e começa cada episódio a avisar que vai «tomar conta» (take over) de mais um negócio moribundo.

Depois desta aliteração, a maléfica mulher passe a pente fino (trocadilho involuntário!) salões de cabeleireiro onde os empregados se metem nos copos (durante o expediente) e os proprietários não sabem somar dois mais dois (às vezes, literalmente).

No final, geralmente a coisa compõe-se, quanto mais não seja para dar alguma razão de ser ao «reality show». Pontos de interesse: o tamanho dos salões (mesmo o maior cabeleireiro onde já cortei o cabelo é para aí um quinto dos salões que aparecem neste programa); os inevitáveis dramas envolvendo gente muito nova / lorpa / incompetente, que fica até ao último minuto a pensar que vai para a rua (o máximo que apanhei até agora foram despromoções para «cabeleireiro assistente»); a tara dos americanos com a hospitalidade, que implica a oferta de bolinhos e beberagem à clientela que vai chegando.

Com mais este programeco, a Bravo TV cimenta o seu lugar no meu coração como fabricante de lixo televisivo sem o qual procuro não passar. E, confesso, chego a dar por mim a sonhar com uma Tabatha portátil que pusesse na ordem certos e determinados negócios, escritórios e afins que conheço. Glamour e câmaras aparte, às vezes é só mesmo uma questão de bom senso.

Novas reprimendas

Foi com espanto que, na semana passada, ouvi, nas escadas que levam à estação de comboios de Paço de Arcos, o seguinte ralhete de uma avó à sua neta, que não teria mais de seis anitos:

«Sabes o que vai acontecer? Acabou-se o Magalhães e vais para a tua mãe! Então vais-te sujar toda?!»

Não pude deixar de imaginar o que pensaria se, há uns dois anitos, ouvisse uma septuagenária ameaçar uma criança com a enigmática sentença «Acabou-se o Magalhães».

quarta-feira, 18 de março de 2009

Um pouco de tudo...

As piores passagens da história do programa, muita tolice induzida pelo calor e pelas mangas curtas (diz que o Verão acaba já amanhã!), um passatempo improvisado e a boa vontade do costume - a emissão desta semana do Boa Noite e um Queijo pode ser sacada aqui.

Entreténs de Domingo

Este fim-de-semana, a minha cozinha disse olá à Primavera com uma tarte de mirtilos e framboesas que desapareceu do frigorífico antes que pudesse fotografá-la para a posteridade.

O adeus ao Inverno foi no outro Domingo, com o já habitual bolito de maçã e limão que abaixo vos sorri:

Pechinchas

Só ao tratar da papelada do IRS (um dos meus maiores medos sazonais, não tanto pelo que possa vir a ter de pagar mas porque, por muito bem que os arrume, nunca encontro o raio dos papéis) descobri um lindíssimo lapso de Dona Raquel, a minha senhoria.

Em Julho de 2008, a proprietária do pequenito apartamento que habito passou-me um recibo de 400 ESCUDOS.

Não voltarei a queixar-me do preço do imobiliário em Lisboa!

quarta-feira, 11 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

Mais truques

E por falar em (bom) marquetingue, não é que hoje, ao passar por uma livraria antiga, em Benfica, dou de caras com um gato na montra? Ou por outra, uma gata que, aninhada entre livros e cadernos de antiguidade evidente, dormia uma bela de uma sesta. Num panfleto colado no vidro explica-se que a menina Salva não pode estar sempre na montra, dada a sua agenda atarefada onde vigoram tarefas como vigiar os transeuntes na Avenida do Uruguai, verificar se os livros da loja estão em conformidade e, bem, dormir!

Eis a foto da senhora:


E o blogue onde se fala do seu carisma e popularidade. Já há sacos de Salva, a Gatinha Dourada!

Marquetingue moderno

Lá porque a barbearia parece ter parado nos idos anos 50, não há razão para que não recorra às mais modernas - e atrevidas - abordagens publicitárias.



(foto tirada perto de minha casa, no mesmo estabelecimento que na montra já ostentou um inflamado artigo sobre o inventor do mais revolucionário remédio de sempre contra as hemorróidas - aposto que esta frase me vai valer visitas via google)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Feliz aniversário!

Resumindo a minha vida em poucas palavras, acho justo dizer que (até) no azar tenho tido sorte. Só assim se explica que, na espelunca onde passei quatro anos a tirar uma licenciatura, me tenha cruzado com pessoas a quem ainda hoje muito estimo e admiro.

A Susaninha é, obviamente, uma delas. Algures a meio do caminho perdemos temporariamente o contacto, mas nunca nos esquecemos da amizade nascida por entre computadores da idade da pedra e peixe cozido com batata frita.

No dia de aniversário desta verdadeira Embaixatriz de Londres em Portugal, o Sofá envia abraços bem apertados à mulher que o ensinou a funcionar com a Internet. Pelo companheirismo, ânimo, apoio, humor, surrealismo, notícias em primeira mão, dicas informáticas, pechinchas e férrea crença na vida extraterrestre, muitos parabéns e muito obrigada.

Que 2009 te sorria com as covinhas de um David Duchovny vintage!

Queijo: o regresso

Aos nossos amigos que nas últimas semanas deixámos sem música, «um beijinho, um abraço e uma ferradela no cachaço», como dizia o outro. Ah, e uma nova emissão do Boa Noite e um Queijo, claro. Animadinha, cheia de novidades e grátis, já aqui.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dear Neko

Por falar em «bom demais», é impressionante o novo álbum da Neko Case, Middle Cyclone. Logo a música de abertura, «This Tornado Loves You», deixa qualquer alma abananada. Mais pormenores e pareceres quando o vagar estiver do meu lado. Por ora, ouvi, vede e maravilhai:

Not worthy

Primeiro o quê («to reform»), depois o onde («european tour»), por último mas não menos importante o quem («led by Mike Patton»). A minha reacção a esta bomba em forma de notícia foi um grito que se transformou em buzina e, por último, em alarmante sirene.

É que, sinceramente, vai ser tão bom que nem sei se mereço.

(Considerações éticas sobre reuniões motivadas por dinheiro no sofá ao lado, por favor. Por aqui festeja-se de consciência limpa e ansiedade no máximo.)

Bandido

É tudo tão mais fácil quando estamos todos de acordo.

Manel Cruz sobre concerto nos Sentados:

«Gosto de acreditar que existe a comunicação, que não há uma verdade, que há coisas que se sentem. Quando sinto, neste concerto do Festival para Gente Sentada, que estou super nervoso e não dei o que poderia dar... Como disse uma amiga minha, sinto que dei um grande jantar, mas não comi. Gosto de sentir que as pessoas sentiram aquilo que senti, que não estou enganado, que a minha autocrítica condiz sempre com a crítica dos outros. E de facto isso notou-se. As coisas sentem-se.»

Óptima entrevista aqui.

Carinho

Gosto muito da forma tosca e algo abrutalhada como as «pessoas de idade», em especial os senhores, lidam com os afectos.

Outro dia no Intercidades, um casal de avós falava, babadíssimo, do neto Joãozinho. A meio da viagem, o pai do dito liga para o telemóvel da idosa, que fala de forma amorosa com o petiz, antes de passar o telefone ao marido.

Depois de muita conversa, eis que o avô se despede desta incrível forma do neto Joãozinho:

«Então um beijinho, um abraço e uma ferradela no cachaço!».

Imposível não sorrir.

O país na paragem

Há alguns dias, vi na paragem da Vimeca, em Paço de Arcos, um velhote a queixar-se do atendimento no seu centro de saúde - das análises que o mandaram fazer, da mudança de data das mesmas e de tudo à volta.

Se já a mim tais burocracias aborrecem, imagino a alguém cujas mãos - ocupadas por uns saquitos do Pingo Doce - tremem mais do que deviam.

A páginas tantas, as duas senhoras que compõem a audiência do velhote interpelam-no para perguntar se é de dores que ele se queixa. E eis que o homem, lapidar, riposta:

«Não é dores! É a cabeça, que virou!».

Psicanálise colectiva e gratuita logo pela manhã - não é de desdenhar.

Abram alas...

... para o regresso do meu moço aos blogues. É aqui mesmo, não precisam de ir mais longe.

Tempos idos

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