sexta-feira, 31 de março de 2006

Viva a Astrologia

Gosto de Astrologia: dá-me desculpas para tudo.

Atenção: não leio nem ligo a horóscopos, divirto-me sim a ler as descrições dos signos e a compará-las com a real personalidade dos seus "donos". Efeitos de ter vivido com uma tia cujos armários abarrotavam - e abarrotam ainda! - de livros sobre signos ocidentais, chineses, egípcios e quantos mais houver...

A propósito de um post do Amigo Pop, lembrei-me deste meu interesse sazonal e hoje, numa breve googlada, confirmei o que disse acima. Gosto de Astrologia - só o facto de ter Ascendente em Peixes serve para perdoar coisas como preguiça, olhos sonolentos, dificuldade em tomar decisões, peso a mais, mãos pequenas e alcoolismo. De uma destas coisas não sofro, deixo-vos adivinhar qual.

Assinalo a negrito as partes mais d'vertidas:

«Pode ser que sua energia física não seja das maiores, e você poderá estar entre dois tipos diferentes. Primeiro é o realizador e servidor, que extraí energia de fontes mais elevadas e tem boa intuição, que faz seu trabalho tranqüilamente de forma compassiva e distanciada. O outro tipo é o que flutua e sonha; não pode encarar o fracasso e, dessa forma, não tenta ter sucesso. Desanima com facilidade e não é muito prático; as vezes distraído. A música desempenha um importante papel na vida dos dois tipos; alivia sua depressividade. Reage a vida com muita atenção. Você é simpático, adaptável, sutil e visionário. Suas realizações são o resultado da sensibilidade às tendências sutis do seu ambiente. Seu insight místico lhe permite penetrar nas sutilezas da natureza humana. Também possuí capacidade artística e musical.

É hiper sensível e impressionável. É muito generoso e sentimental. Tem fé religiosa e bastante abnegação. Seu modo de ser é reservado e tímido. Seu olhar é sempre profundo, com olhos sonhadores. Pode mostrar falta de firmeza e decisão e ter gosto por bebidas ou outros estimulantes. Tem bastante compaixão pelos desamparados e talento artístico.

Você não é realmente gordo, mas arredondado; nunca é magricela ou ossudo. [LOL] Sua carne é macia e um pouco sem forma; os quadris são largos, as mãos e pés são pequenos, mas largos e arredondados, com pulsos e tornozelos estreitos. A tez é pálida e o rosto carnudo. Tem tendência às rugas prematuras. Os olhos são salientes com pálpebras sonolentas. Você parece nunca estar muito atento, mas raramente perde o que se passa a sua volta; poderá também ter olhos grandes, transparentes e bonitos. Também são bem delineados, com cílios longo e sobrancelhas arqueadas. Os cantos dos olhos e da boca, de lábios grossos, pode terminar numa curva para baixo. O nariz é pequeno, curto e achatado; muitas vezes parecem que não tem osso nasal. O queixo é redondo e pode ser duplo ou triplo, mesmo que você não seja gordo. Pode ter pernas curtas e um andar lento, sonhador, sem pressa. Os ombros são redondos. O cabelo é abundante e um pouco desalinhado, as orelhas flácidas, a voz grave. Em geral adora dançar. Tem pouca energia física porque a gasta reagindo emocionalmente a vida. Dualidade. Sacrifica-se ou é vítima. Compassivo, introspectivo, desligado ou perdido no mundo dos seus sonhos. Não enfrenta, prefere afastar-se.»

quinta-feira, 30 de março de 2006

Manuel

Pela primeira vez sozinho, ao vivo, no próximo fim-de-semana.



É verdade.

quarta-feira, 29 de março de 2006

Malapata, pt 2

No dia da malapata tecnológica, pus a roupa a lavar ao fim da tarde. Ao contrário do que acontecera noutras ocasiões, a máquina da minha senhoria (data aproximada de fabrico: 1952) não inundou a cozinha; no entanto, a roupa saiu cozida. Foi giro estendê-la fumegante, as baforadas de vapor a esfumar-se no frio da noitinha.


Sossego entretanto todos os que se irritam como os salamaleques dos meus telemóveis; já comprei um novo, se Deus quiser há-de durar alguns meses, antes de um qualquer infortúnio lhe ceifar a vida. A senhora da TMN diz que a empresa terá todo o gosto em trocá-lo no prazo de 30 dias, desde que o «equipamento» não apresente «riscos ou humidade». Desde que não o utilize, portanto.

terça-feira, 28 de março de 2006

Boa onda, coiso e tal, surf e passarinhos, música de Primavera

Ben Harper -> Jack Johnson -> Donavon Frankenreiter -> Matt Costa -> John Butler -> Xavier Rudd...

Admito que haja diferenças, e que uns sejam melhores que os outros, e que toda esta onda do «vamos todos dar as mãos!, cantar como os escuteiros e sonhar com a praia e as florestas verdejantes» seja melhor do que andar a roubar velhinhas ou ver o Circo das Celebridades.

Mas - mesmo gostando de alguns discos do Ben Harper - confesso que já me chega a náusea de cada vez que leio «apadrinhado por Jack Johnson» num press release. Acho que tanto carinho e amor para dar, por parte do músico-surfista-que-parece-o-Fred-do-bar-dos-Morangos começa a ser contra-producente.

O mais recente afilhado vem da Austrália e distingue-se dos demais pelo manuseamento do didjeridoo (que à primeira vista, quando abri a foto, pensei ser um boomerang ou uma banana daquelas que vi outro dia à venda no Jumbo, gigantes e esquisitas).

Deixa cá ver se me lembro: o Donavon Frankenreiter é o de bigode e skate; o Butler tem rastas e mais uns tipos a tocar com ele... aceitam-se apostas para futuros elementos diferenciadores. Começo eu: um songwiter que actua com os cães em palco, um outro com flores na cabeça, o que faz um uso especial na sua música de uma pan pipe... socorro.
Desde a "tempestade" da passada semana que estou mais familiarizada do que nunca com a programação da RTP1.



Quando é que algum vizinho mais expedito subirá ao telhado para ajeitar a antena?

segunda-feira, 27 de março de 2006

Malapata Tecnológica

Hoje estou num daqueles dias em que transformo em sucata todos os aparelhos electrónicos em que mexo. Começou às 2h e tal da manhã, com a tentativa de responder a um sms tardio. Fiquei com o ecrã do telemóvel todo às riscas. Voltei a dormir para acordar, pouco depois, sobressaltada: teria sonhado? Não: apesar de se ter esforçado - coitadinho - para me despertar às 06h05, o telemóvel está mesmo indisponível. Pelo menos não dá a cara, isto é, ninguém lhe vê o ecrã.

Às sete cheguei à rádio para começar mais uma jornada e, cerca de oito horas depois, já perdi a conta aos refrescos ("refreshes") e task-manageiros a que tive de recorrer. É oficial: o meu PC está impossível e eu sou a mestra da malapata tecnológica.

Então no que a telemóveis diz respeito, há sobretudo duas coisas que sei fazer com eles: estragá-los e perdê-los.

Sinais do fim

Desde ontem que sinto na área da Grande Lisboa (Carnaxide, onde passei o fim-de-semana; Boa-Hora, onde resido) um cheiro intenso a algas e maresia. Será que o horário de Verão veio antecipar a invasão da terra pelos mares?...

quinta-feira, 23 de março de 2006

Só a mim?

Ontem no 42 (isto podia ser uma rubrica... como: "Hoje no Pingo Doce"...) um senhor muito bem posto, de fato e jornal Público na mão, não me deixou continuar a ler o livro que comprei na semana passada. «Esta luz não é boa, e não é só a luz, a trepidação também não ajuda» [exemplifica com jornal a tremer nas suas mãos].

«Na juventude pensamos: Ah, tenho os olhos tão bonitos, nunca hei-de pôr óculos!, mas com a idade ai não que não os usamos! A vista não dura sempre!» - segundo take

«A luz é muito fosca, está a ver, não tem qualidade nenhuma para ir a ler. Não leia, a sério» - terceiro take

Obedeci ao homem, primeiro para ver se se calava, depois porque me lembrei que podia ser um enviado do meu pai, cuja obsessão com a luz que eu tenho ou deixo de ter para ler é bem conhecida.

Antes de sair, deixou-me «um pedido».

«Não corte as unhas. Nas senhoras os dedos ficam muito mais bonitos com as unhas compridas, a sério. Provavelmente nunca mais a vejo, por isso deixo-lhe este pedido: não corte as unhas».

Aguentei o riso até ele sair, se calhar ainda lhe agradeci.

Para a próxima fecho o livro mas meto as mãos ao bolso.

Wishful thinking

Anteontem sonhei que fazia um daqueles testes para saber que personagem/flor/tipo de chave de parafusos somos. O resultado era: se você fosse uma banda, era os Bloc Party. Fiquei toda ufana, mas acordei com tanto sono que, se realmente fizesse música, não conseguiria ir além dos Low nos momentos mais letárgicos...

terça-feira, 21 de março de 2006

O insulto ecológico

No episódio de ontem, esta



insultou esta



numa discussão na casa-de-banho da escola, com a seguinte frase:

«Se vais chorar, ao menos chora para dentro do depósito do autoclismo: sempre ajudas o colégio a poupar água!...».

(E ainda dizem que as personagens não têm valores, tss tss... até as vilãs se preocupam com a defesa do ambiente!)

domingo, 12 de março de 2006

Apesar de eu ser colaboradora da revista...

Apesar de eu lá escrever, a Mondo Bizarre continua a ser a melhor coisa (*) de música que Portugal tem. Aproveitem a distribuição gratuita e devorem o novo número, nhac!...

Image hosting by Photobucket



(*) - depois de me deixar fascinar por este sketch da Liga dos Últimos, recuso-me a deixar o meu vocabulário ir além do perfeitamente válido «coiso» (e, vá lá, do seu plural e/ou feminino).

E se eu fosse um crocodilo, crocodilo...

Este disco é: uma companhia, um conforto, um desassossego, uma inquietação, uma memória, uma esperança, um aconchego, um sonho narcótico, um conjunto de letras do caraças. Este disco é verde, este disco é meu amigo e é ainda a melhor razão do mundo para uma associação de palavras e ideias tão tola como esta.

Image hosting by Photobucket

Se calhar vou mesmo ter de os ir ver a algum lado, que não aqui.

«I have your good clothes in the car
So cut your hair so no one knows
I have your dreams and your teeth marks
And all my fingernails are painted

I'm here to take you now

You were right about the end
It didn't make a difference
Everything I can remember
I remember wrong

How can anybody know
How they got to be this way
You must have known I'd do this someday
Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

I don't have any questions
I don't think it's gonna rain
You were right about the end
It didn't make a difference

I'm here to take you now

Out among the missing sons and daughters of the SoHo riots
Out among the missing sons and daughters of the SoHo riots

I'm here to take you now

How can anybody know
how they got to be this way
You must have known I'd do this someday
Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love»

('Daughters of the Soho Riots', "Alligator" - The National, 2005)

Pequena entrevista ici.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Óscares em duas penadas

Apesar de o maior especialista na matéria já me ter explicado o quão criminosamente omisso e factualmente errado é o "Walk The Line", deixei-me levar pela (grande, grande) história de amor e pelas interpretações do Joaquin e da Reese. Ela, sobretudo, encantou-me com toda aquela doçura... por isso, fico verdadeiramente feliz com a vitória da moça ontem à noite:

Image hosting by Photobucket


Depois de tanto barulho, era de esperar que o "Brokeback Mountain" ganhasse mais qualquer coisinha - ou então não, que como diz a maior postadora de comentários neste blog, a Academia é como a Igreja Católica, não podemos esperar que mude assim do dia para a noite. No entanto, sempre premiaram o realizador, a montagem e, o que mais me fala ao coração, a banda sonora, da autoria do mesmo senhor que fez a arrebatadora musiquinha dos "Diários de Che Guevara", o argentino Gustavo Santaolalla.

Um prémio já o "Brokeback Mountain" ganhara antes da cerimónia: o de filme que mais leva as pessoas a justificarem-se. Ouvi de tudo: as frases começavam, em geral, por um «não vou ver...» ao qual se seguiam pérolas como «não que tenha nada contra, mas...», «não é por ter medo de virar rabeta, mas...», «é que já me disseram que a história não é nada de especial», «parece que o argumento é muito simples!», etc etc.

Nunca na vida filme algum levou tantas pessoas a justificarem a falta de comparência na sala de cinema - sem que alguém lhes tivesse perguntado, antes, a razão da mesma.

Gentes, é um filme (bonito, por sinal), não um agente de transmissão de homossexualidade ou gripe das aves.

Terminando: sobre o Melhor Filme do Ano ("Colisão", de Paul Haggis), vi e na altura gostei, mas sinceramente já pouco me lembrava da sua existência. Razão têm aqueles que dizem que estes foram os Óscares mais políticos de sempre.

quinta-feira, 2 de março de 2006

Mais uma colisão!

Consigo imaginar a autora do meu disco internacional do ano (2006) a cantar em mais do que uma das faixas (instrumentais) do meu disco nacional do ano (até agora). Acho que é bom sinal.

Image hosting by Photobucket


Image hosting by Photobucket


Neko Case, "Fox Confessor Brings The Flood" / "Quando a Alma Não É Pequena", Dead Combo

Não era necessário, Vítor!...

Depois de eu lhe mostrar, aqui mesmo, o meu incondicional apoio e sentida solidariedade, eis que o senhor retribui o gesto, dizendo-se atacado pela mesma maleita de que eu própria acabo de sofrer!...

Image hosting by Photobucket

Obrigada, mas não era preciso! :)

Tempos idos

FEEDJIT Live Traffic Feed