Muitas vezes lemos artigos sobre como a junção, no mesmo espaço, físico e/ou temporal, de mentes particularmente brilhantes e com afinidades evidentes dá resultados notáveis. Na música, os exemplos dos Beatles ou dos Rolling Stones serão, talvez, os mais falados. Recordo-me também, e por uma questão de proximidade pessoal, dos Faith No More, um exemplo delicioso porque, a essa fórmula de «génio mais génio dá genial», a banda de San Fran acrescentava a variante «odiamo-nos uns aos outros mas assim é que isto funciona».
Poucas vezes se fala, no entanto, na soma de várias mediocridades. Na música, o resultado pode não ser só mau; péssimo é, também, uma possibilidade, mas o que mais me diverte são aquelas bandas de virtuosos sem sentido de auto-crítica, autores de música que, se forem sinceros, reconhecerão que nem a si mesmos interessa, e se intrigam depois sobre as razões do seu fraco sucesso. Más ideias e falta de humor é, assim de repente, a pior combinação que consigo imaginar para um "casamento" artístico.
Mas vem tudo isto a propósito de algo que vi, na semana passada, de relance na televisão. Um resuminho da nova Quinta das Celebridades. Já nem vou questionar que celebridades são aquelas que, em 90% dos casos, nunca vi mais gordas, nem mais magras, com mais ou menos silicone. A questão é: como é possível reunir tanta mediocridade e falta de interesse num só sítio? Ou será que estas coisas são contagiosas e os mais broncos acabam por influenciar os restantes?
Sem paternalismos nem mania da superioridade, juro que me deixam a pensar: coitados dos bichos. E eu, como sabem, até gosto de ver má televisão.
Há 13 anos
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