quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Sonhos

Ontem tive uma insónia do tamanho de uma casa. Tendo em consideração que nunca demoro mais de cinco minutos (ou mesmo segundos) para adormecer, posso até dizer que tive a insónia da minha vida. Estive mais de duas horas às voltas na cama, a olhar para o tecto, a ouvir música e a ler um artigo sobre o "Verão Azul", na 365.

Às tantas, lembrei-me que tinha lido numa revista que o remédio, nestas ocasiões, é pensar no que fizemos naquele dia, ou no que vamos fazer no dia a seguir (estes conceitos confundem-se, a partir de certa altura).

Não resultou: fiquei ansiosa a pensar nas minhas tarefinhas pré-fim-de-semana e não me deu sono nenhum.

Comecei então a lembrar-me de alguns sonhos que tenho tido ultimamente, e que àquela hora, no silêncio escuro do meu quarto quente comó raio, se tornaram mais próximos.

Na última semana, o meu subconsciente esteve em modo temático, recuperando duas paixões da minha longínqua juventude.

À falta de um psicanalista, partilho convosco...

Sonho 1

Estava a passear com os meus pais quando, atrás de mim, um rapaz (uma das tais paixonetas acerca das quais nunca fiz nada que se apresentasse) me começa a chamar. À primeira, parecia não o reconhecer. O mistério resolveu-se (bem, mais ou menos) quando o moço se re-apresentou: «Então, não te lembras de mim! Sou o rapaz que conheceste no Minipreço!».

Esta é uma mentira ignóbil. Nunca conheci ninguém no Minipreço, muito menos aquele holandês, que como convém à sua nacionalidade, me foi apresentado em Amesterdão.

Dei uma volta de honra à praceta com o rapaz, e quando dei por mim já se tinha evaporado. Tão fugaz como na realidade, portanto (esqueçamos a parte do Minipreço, por momentos). Valeu pela recordação.

Sonho 2

Ia de carro com o meu real e estimado batato, em Gaia. Passo em frente à biblioteca anexa ao liceu e vejo, no meio de um grupo de rapaziada, o desgraçado com quem eu muito engraçava, na minha adolescência. Estava igual a si mesmo (calções feitos a partir de calças cortadas, botas grunge/trolha, aquela coisa). Fiquei contentíssima: «Olha, olha, está igual!!! Não mudou nada», exultei.

Na vida real, não o vejo há anos, se bem que me constou que trabalha agora numa famosa cadeia de lojas de música, que não a Valentim de Carvalho.

No mesmo sonho, o Kiko, meu primeiro e saudoso cão, ressuscitava. A emoção era grande. E o canito, cruzamento entre rafeirote e cão de água, aparecia agora de olhos azuis e pijama a condizer.

Bom fim-de-semana!...

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