No começo desta semana, estava na paragem do 42 a devorar as últimas páginas do "How To Be Good", quando ouço alguém a interpelar-me, gentilmente:
«Excuse me...»
Ora, a Boa Hora não é propriamente local turístico que se apresente, pelo que desconfiei da abordagem estrangeirada. Olhei pelo canto do olho e vejo um senhor com ar de quem espera o 60 (destino: Martim Moniz), chapéu e sorriso amável. Acalentei a esperança de que quisesse pedir alguma informação de jeito.
«Do you speak english?», avançou o homem, sem que eu lhe desse trela para tal.
Comecei a topar-lhe a pinta - queria conversa, e eu queria acabar o livro. Armei-me em mula e fiz que não com a cabeça. Acompanhei com um sorriso.
«Why are you reading a book in English, then?», apontou com argúcia o senhor do chapéu.
Fuck, parece-me legítimo dizer.
Há 13 anos
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