Nunca tive nada contra O Sexo e a Cidade - sempre me pareceu uma série capaz, enquanto entretenimento peso-pluma e gigantesco «product placement» de luxo.
Já este alvoroço todo com a passagem da série para o cinema me aborrece consideravelmente: outro dia até sonhei que tinha ido ver o filme, que na vida real é coisa que não me passa pela cabeça (20 minutos é uma coisa, duas horas e tal é tortura, tende dó).
Isto para dizer que, há coisa de uma semana, a RTP transmitiu, em horário nobre, uma reportagem sobre «o Sexo e a Cidade à portuguesa». Protagonistas: Margarida Rebelo Pinto, Clara Ferreira Alves, Ana Borges e Vicky Fernandez (espero que fosse este o nome - nunca a tinha visto mais gorda).
A culpa nem será das senhoras escolhidas para ilustrar a existência, em Portugal (ou em Lisboa), de uma certa classe de mulheres emancipadas e com simpático poder de compra (apesar de da MRP se poderem sempre esperar pérolas de acefalia como a que encerrou a reportagem: «os homens gostam de gadgets sofisticados, as mulheres gostam de sapatos!!»).
O problema é mesmo a distância que vai da intenção à realização. O Sexo e a Cidade à Portuguesa é apresentado como uma peça altamente revolucionária e inevitavelmente descamba nos lugares comuns do costume sobre a vida profissional e familiar das senhoras (chatices que, na série, existem apenas em teoria).
Era vir uma bola de fogo e consumir estas reportagens todas da silly season. Preocupem-se é encontrar o felino arraçado de cão gigante da Maia, se faz favor.
Há 13 anos
1 comentário:
O cliché que já é a série fica ainda mais ampliado quando "interpretado" pelas figuras escolhidas.
Fica a ideia para um programa para homens, ao estilo Maxmen-na-TV, chamado "Gadgets & Gajas".
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