Sei que passo a vida a falar da mesma coisa, mas é um consolo sentir, tantos anos depois, a mesma emoçãozinha, o mesmo brilho nos olhos, o mesmo aperto no peito quando letras - e músicas - como estas se imiscuem na minha cabeça, a qualquer hora do dia.
«Se eu largar eu sinto a sua falta
Se eu agarro ela perde a cor
Ela não é dos meus dedos, é dos meus medos, e faço-me passar por uma flor
Tento imaginar o que ela diz, à espera de aprender
À face da rua existe a lua mas não é tua
À margem da estrada não há nada mas já te agrada
Tu és o teu mundo, tu és o teu fundo, tu és o teu poço, és o teu pior almoço
És a pulga na balança, és a mãe dessa criança, és o mal, és o bem, és o dia que não vem
Agora pára de fazer sentido, não vês que assim estás a pisar fora da estrada
Vê se agora páras de fazer sentido, não vês que nada nos dirá mais do que nos diz NADA
Vê que o meu coração ainda salta, quer e julga ser capaz
Não o faça por meus medos, faça nos dedos, e eu fico para ver o que ele faz
Sem imaginar o que eu não fiz, à espera de viver
À face da chama existe a fama mas não te ama
À margem do nada não há estrada, já não te agrada
Tu és o teu preço, és a tua glória, tu és o teu medo, és a parte má da história
Vê que o sol ainda brilha, ainda tem por onde arder
Não é mau, não é bom, são razões para viverAgora pára de fazer sentido, não vês que assim estás a pisar fora da estrada
Vê se agora páras de fazer sentido, não vês que nada nos dirá mais do que nos diz NADA
Se eu largar eu vou sentir a sua falta
Tu és tu sempre que tu és, és mesmo tu quando pensas que és outra coisa
E tu pensas que não mas tu és mesmo bom a ser sempre quem és
Daí o teu motivo ser inapagável, daí o teu desejo ser incontornável
O prazer é tão maleável, daí o seu valor ser inestimável
(«Borboleta», in O Amor Dá-me Tesão,
Foge Foge Bandido)
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Não sei qual de nós não mudou em 10 anos. Mas não me podia deixar mais feliz e emocionada, este «reencontro».