Numa era em que o paradigma da série bem sucedida se aloja algures entre médicos misóginos (amor profundo), conspirações (anti)-terroristas (todo o meu respeito, embora não seja devota), donas de casa mais sexuadas do que desesperadas, famílias poligâmicas e gente normal com poderes sobrehumanos, escolher para herói da história um senhor que papa as senhoras todas e não mostra remorso acaba por ser tão anacrónico como enfadonho.
Constou-me que a série causara grande polémica. Pois a mim, dá-me sono (ainda assim vejo-a, se não me apetece recolher às boxes nem tenho nada de melhor para fazer àquela hora).
Confesso ainda que, por algum motivo estranho, prefiro acreditar que o David Duchovny é um bom rapaz (com a casa cheia de filmes pornô e uma fixação pelo Além, mas um bom rapaz) do que vê-lo com um penteado à Don «Miami Vice» Johnson. É escusado.
Por outro lado, cada vez me intriga mais a série Nip/Tuck, que apanho ocasionalmente, sempre por acaso, e me parece ter um argumento francamente cruel, a roçar o desumano. E se é de gente nua e em acção que o vosso «zapping» precisa àquela hora, também nesse campeonato o Nip/Tuck dá goleada ao Californication (quantidade e variedade, e mais não digo).
Já o prémio de «guilty pleasure» actual tem de ir para o Miss Match, uma pequenita mas graciosa (pronto, apenas pequenita) comédia romântica - em forma de série televisiva - sobre uma advogada de divórcios que, nas horas livres, se arma em casamenteira. É com a Alicia Silverstone e onde quer que sejam as filmagens, naquela terra nunca chove.