sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Auf wiedersehen! - para a Susana

Há alguns meses que nos tinhas contado que ias embora, fazer-te à vida - ou fazer pela vida... chame-se-lhe o que se lhe chamar, algo que cada vez mais de nós "escolhemos" fazer lá fora.

Há muitos meses que não ocupavas realmente o quarto, que ficavas na tua casa verdadeira, e que eu só tinha uma room mate no papel. Mas ainda assim, apesar dos avisos e da previsibilidade da coisa, foi estranho ver a tua metade do quarto vazia, quando finalmente levaste a tralha para o ponto de partida.

Confesso que gostei de ver tanta gaveta e armário vazios, à espera das minhas meias (até o Jon do Garfield teria inveja desta colecção!) e das minhas camisolas (sim, não resisti e tenho umas novas...). Ao mesmo tempo, é esquisito ver acabar parte da minha-tua-nossa vida.

Passaram oito anos desde que eu, incautamente, arrendei aquele quarto altaneiro na Ajuda. Lembro-me bem de quando chegaste lá a casa, depois do Natal, e eu te vi pela primeira vez. Achei que devias ser uma espalha-brasas, tu achaste que eu era uma mosca morta (e tinha cara de Fátima). O tempo corrigiu, ou não, cada uma destas primeiras impressões.

Em oito-anos-oito (meu Deus, como o tempo passa), acabámos por construir o nosso pequenito mundo, assente em pancas partilhadas (ou odiadas - sabes que nunca pude com o "Velvet Goldmine"), palavras inventadas, ficções e realidades vividas a meias que... não davam para um livro, ninguém quer saber de histórias assim, simples, mas chegam para olharmos para trás com saudade e, ao mesmo tempo, um calorzinho bom.

"Porque o calor, que é puro que é bom
Só acontece quando nada é claro"

É estranho ver-te partir para uma nova vida. Desejo-te as coisas do costume - sorte, muita sorte à cabeça - e perdoo-te não teres tido tempo para a nossa despedida :) Perdeste um bom bolo de noz e leite condensado... mas calculo que te fosse custoso voltar ao Giestal e ver o que (já) enfiei debaixo da tua cama.

Apesar de teres torcido o nariz à única vez que pus o disco a tocar (e eu que aguentasse o folclore alemão...), deixo-te com as deixas de uma música da qual gosto muito, do Quinteto Tati.

"Espero que estejas bem
Penso imenso em ti
Manda notícias sim
Diz se sempre vais emigrar
Ou se aguentas um pouco mais
Por aqui"

Viel Glück, Parola!...

6 comentários:

Anónimo disse...

Fico triste por saber destas coisas por um blog.. mas não surpresa; era adiar o inadiável, prender a andorinha (africana ou não - will never know!) numa gaiola.. So long my friend and companion, por tantas e tantas coisas que só nós duas (D&D) é que soubemos!.. :)

Anónimo disse...

Olá gaja!!
Minha M*linha linda!!!
Só para te dizer que também foi "esquesito" deixar o nossa cantinho, deixar paa trás todas as recordacoes, todas as palavras, todos os afectos. Vou sentir muito a tua falta, pra quê mentir? Vou mesmo.. mas deixo-te aqui um "amo-te" muito grande, e um abraco ainda maior!!! Eu escrevo, deixa lá, nao te livras totalmente de mim:P
Parola mais ao Norte ;-)


@ Dupond- melher, realmente!! Tu foste a minha gémea de nome :D Eu vou mandando umas notícias de vez em quando, e quem sabe, um mix pra te alegrar a vida. Beij
inhos muito grande pra ti também!
Tua Dupont

Anónimo disse...

So long, farewell, auf wiedersehn, goodbye... Susan Daisy!

Beijos da Marlene Wee.
( o bolo de leite condensado e noz que tu perdeste era mesmo à maneira)

:-)

Unknown disse...

Worry not Miss Lia, a Susana vai com a missão de ensinar aos alemães o que é o poder da mente e vai decerto revolucionar a indústria de lâmpadas alemã. Go Susana, go. All the best. Bjs.

Anónimo disse...

@Beep Beep- eu tb já ouvi. Que coisa mais... fraquita. A minha fé num disco de "viragem" foi-se.

Enfim há outras coisas :D

****

@marques- por acaso já troquei uma lâmpada desde que cheguei. A minha maldicao persegue-me, queres ver?!? O_O

Unknown disse...

É o teu destino Susana! Mostra a esses alemães com quantas mãos se muda uma lâmpada.

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