O regresso regressadinho é só depois de amanhã, mas neste final de tarde mais estival do que outonal, sinto já a sombra da nuvem que anuncia o fim das férias. Bom sinal, acredito: de que descansei e até temo, quando regressar à minha cadeira de escritório à janela plantada, ter esquecido passwords, procedimentos e neuras associadas.
Para trás ficam duas semanas de passeatas, muita música (mais recordada do que posta em dia, coração oblige), amigos quase sempre por perto e aquela sensação estranha de que a Europa é outra coisa qualquer que não nós.
O conforto é grande quando à volta as ruas são limpas, os transportes ordeiros, a calma reinante e o civismo uma regra, ao invés de excepção. Mas não demora muito até percebermos que a nossa Europa, se é que o termo também se lhe aplica, é de uma ordem distinta, necessariamente mais caótica, mais quente (não falo do tempo, que graças a São Pedro esteve sempre do meu lado), e não necessariamente inferior. O facto de a toda a hora pensarem que sou espanhola também não ajudou a combater este sentimento de vaga alienação por terras pouco estranhas.
Não percais, dentro de dias, algumas fotos da minha expedição pela Europa Central (ou, como lhe chama o Miguel, a Europa «dos bárbaros») e, se o vento soprar de feição, o regresso do Boa Noite e um Queijo, já esta Terça-feira.