De um lado voam piadas machistas, homofóbicas e, regra geral, muito desinspiradas, vociferadas com uma postura de galo a querer ostentar a crista e ganhar estatuto numa capoeira de generosas dimensões. Do outro lado do armário, chegam conversas sem pudor sobre barrigas inchadas, quilos que se perdem (ou querem perder) nas pernas e um intrigante fascínio com a própria ignorância (o que poderá explicar que uma mulher adulta passe uns bons 10 minutos da sua vida a atirar para o ar a - pelos vistos, retórica - pergunta de: «Não podes escrever caucasiano, que ninguém sabe o que é! (pausa) O que é caucasiano?»).
A minha felicidade só ficará completa, porém, quando o peregrino conceito de «open space» se estender à casa de banho. Aí sim, poderemos viver em plena comunhão, como o conjunto de seres complementares e indissociáveis que realmente somos. Mas mesmo para isso talvez já não falte muito.
Há 13 anos
3 comentários:
Isso é o dia-a-dia habitual de empresas com muitos homens.
Pobre maninha... Dou, diariamente, as devidas graças a deus por trabalhar numa empresa com 4 pessoas... :)
Como te compreendo :) No meu caso é mais a histeria com crianças e recém-nascidos. Já sugeri até criar-se aqui no serviço a "SALA DA OBSTETRÍCIA", forrada com fotografias ampliadas de bebés, livros temáticos, biberãos, prospectos Com-Tinente (PUB) sobre os brinquedos da moda e a melhor documentação sobre quais as melhores farinhas lácteas! Quem quisesse fazer uma pausa no trabalho desafiava as amigas e juntavam-se todas lá e partilhar experiências sem incomodar os colegas que estão a... errr... TRABALHAR (DUH?!?!?!). Mas enquanto essa sala não é criada ainda tenho de levar todos os dias com simpósios sobre a consistência das fezes dos rebentos das minhas colegas e temas afins!
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