segunda-feira, 26 de maio de 2008

Para Shiva

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã...
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pró jantar
E me beija com a boca de café...
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio-dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida prá levar
E me calo com a boca de feijão...
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão


Música aqui.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Bandido

«Meu sonho tem boca
Que o digam meus ossos»


Está quase a chegar o Foge Foge Bandido. Vou ter de arranjar mais um espacinho no departamento das grandessíssimas paixões para o acolher - ou simplesmente despejar quem quer que o tenha ocupado (?) desde o fim dos Ornatos. A meus braços, novamente.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ainda estou lá

É um pau de dois bicos, a recorrente questão da eterna juventude e fenómenos associados. Se por um lado quem leva a vida com um sorriso de invariável despreocupação angaria, obrigatoriamente, algumas invejas, por outro arrisca-se a ser rotulado de imaturo, inconsequente ou simplesmente tolinho.

Mas não há como negar que uma boa dose de inconsequência ou até proto-demência, muito de vez em quando, é um poderoso anti-rugas mesclado de anti-depressivo e suplemento vitamínico. Só assim, com este palavreado médico todo, se consegue explicar que, depois de dormir três horas e pico e de estar a puxar pela cabeça até às quatro da matina, esta manhã me sentisse tão enérgica. Acho que até sonhei com o Chico Buarque.

Agora é tarde para negar - agora que a minha pobre figurinha ficou imortalizada em pelo menos um vídeo do YouTube e umas quantas fotografias inesperadas. Agora que berrei o Abel de braço dado com a Sandra, que assisti à muito profissional preocupação da Menina Alice com a jornada laboral que se avizinhava, que abracei um amigo que fez das tripas coração para chegar ao epicentro a tempo, que partilhei ansiedades de índole diversa com a mana e a vi, luminosíssima, a cantar uma das melhores letras de sempre horas depois, o sorriso a encher a sala toda. Agora que fiquei amuada por me desencontrar do mano e triste por, no meio da minha euforia, me encontrar com a sua desorientação; que interrompi conversas civilizadas para partilhar, aos berros, entusiasmos sem palavras; que rejubilei com os pareceres persuadidos de gente entendida e racional; que quis ligar a meio mundo com quem ainda não partilhei toda esta vida, a dar a boa nova.

É tarde para negar toda a devoção que por aqui corre, pulsante, tarde para dissociar letras de amigos, amigos de canções, canções de desejos, desejos de recordações. A Ali pensava que era «full of spiders» e eu «come on let me call you love» e o mano enxuga os olhos, que eu bem vi, com as mesmas mãos com que praticamente esganará os rapazes por fazerem ouvidos moucos ao «I'm getting nervous» que entoa há nove meses, prenho de esperança. Eu sonhei que via um papagaio azul no meio da rua e pensava nos «blue birds» de tantas letras, o rapaz que impediu que o Matt caísse nas doutorais tinha uma t-shirt igual à minha, engomadinha e tudo, o padrinho JG ficou de papo cheio, em Domingo de outras emoções. Dia de aniversário, manhã de funeral, conquistas e despedidas, a vida toda a fazer um sprint em 24 horas.

O que faz uma banda especial? Ter gente dentro. E nesta, por muito que tentasse, eu já não conseguia pôr mais ninguém. Toda eu vivo lá.

Hoje à noite

Foi assim:

OHMEUDEUS

Obrigada a quem tirou esta(s) foto(s). Mais coisas amanhã.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Crise existencial

Quer-me parecer que, mais do que uma crise desportiva, é uma crise existencial a abalar o Benfica.

Depois de o Luisão salientar a sua pertença ao género humano - «o Luisão também é um ser humano», lembrou ele numa «flash interview» - hoje ouvi o Nuno Gomes mandar um recado aos comentadores da bola. «É que eu estou vivo», revelou ele em primeira mão, aos repórteres que o rodeavam.

domingo, 4 de maio de 2008

No thinking for a little while

Olhai como a boa gente do deserto da Califórnia aquece a banda para nós:





Menina Alice: uma semana e cinco minutos.

(e a dica a não ignorar, nesta canção, só pode mesmo ser: no thinking for a little while. No thinking for a little while, No thinking for a little while, No thinking for a little while - há ciência neste pedido)

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