Tenho o televisor na VH1 e uma holandesa esganiçada de nome
Anouk (quem quer que tenha ouvido rádio em 1997 lembra-se dela) garante o seu completo desinteresse pela instituição casamento. «Never gonna be, never gonna be nobody's wife...», grita a rapariga, de top que mostra a barriga, empoleirada numas rochas à beira mar.
Assim de repente ocorre-me: o que é que levará
tanta moça da Europa dita Central a rabujar alto e bom som, sob um fundo de guitarras inevitavelmente foleiras, algures entre o roque mais oitentista-manhoso e o nu metal?
Na mesma onda temos (ou tínhamos, graças a Deus) os Guano Apes, mais a sua
Sandra Nasic, ou a ex-K's Choice
Sarah Bettens, da Bélgica.
Será que a origem do fenómeno se prende com a emancipação, naqueles países, das mulheres, incentivadas desde cedo a botarem sentença e desancarem no mundo em altos berros?
Se for esse caso, não me coíbo de aconselhar os paizinhos das meninas
central european: além de liberdade de expressão, dêem-lhes discos jeitosos. A sério.
A minha mulher mal-disposta favorita:
Shannon Wright