Não gosto do mensageiro (aka messenger). Quando mo instalaram no computador do trabalho, julguei que ia finalmente passar a ser uma cidadã de pleno direito. Adeus, manhãs solitárias (mais ou menos), olá a um mundo novo em que todos trocam piadas e confidências com cara de quem trabalha afincadamente. Não podia estar mais enganada. Em primeiro lugar, o que tenho não é o MSN, como lhe chamam familiarmente os aficcionados, mas um tal de e-messenger, ou seja, mensageiro para e-stúpidos. Não consigo ver os smilies de que todos gostam, as conversas caem a todo o momento, a infelicidade generalizada e a eterna sensação de outcast permanecem. Depois, a própria lógica e dinâmica da coisa irritam-me. Sou capaz de levar a manhã ou o dia todo a trocar mails com alguém, e conciliar bem essa alcoviteirice com as minhas tarefas. Já o messenger obriga que esteja disponível quando não quero falar com ninguém. Leva-me a perder o controlo de uma conversa. Chamem-me conservadora, mas nestas coisas gosto de ser eu a tomar a iniciativa. Não gosto do messenger, tal como não gosto de conversas anárquicas sem pés nem cabeça, sem respeito pelo "direito de resposta", com tempos artificiais de entrada em cena. E não vale a pena recorrer aos alertas de "ocupado" ou "fui cagar", porque pelo menos no meu círculo de contactos... ninguém respeita. Até podia lá dizer
"RIP" ou "
já não mora aqui, devolver ao remetente", como fazem os CTT, que alguém me iria sempre lá desinquietar.
«Oi. Td bem?»