domingo, 27 de dezembro de 2009

Conventos e outras fugas

Intrigante o artigo da última edição de fim-de-semana do jornal i sobre o Mosteiro das Irmãs Clarissas, em Portugal. Uma jornalista foi aceite no mundo de silêncio e reclusão destas religiosas, e uma das (certamente pouco numerosas) frases da Abadessa entrevistada ficou-me na cabeça. Que lá dentro, entre as solitárias tarefas da horta e as orações, podem «interceder» por muito mais pessoas do que se fossem missionárias em África, por exemplo. E que passando a vida ali fechadas, isoladas do mundo, têm muito mais liberdade do que os cidadãos comuns, «escravos» do trabalho e do dinheiro. Ou seja, resumindo de forma tosca, são mais livres, felizes e úteis do que nós.

Sem qualquer desrespeito para com a sua escolha e vocação, dou de barato a parte da liberdade e da felicidade, conceitos já de si bem subjectivos. Mas a utilidade? Que seria deste mundo se nos enfiássemos todos numas guaritas a rezar uns pelos outros? Sobraria gente precisada de intermediação divina? E será que as senhoras não ficam desconsoladas quanto as suas preces não são atendidas? Acho que esta reportagem merecia uma sequela.

Facebook didn't kill the blogger «star»

Sei que há muito, demasiado, tempo não escrevo nada no Sofá. E que a culpa nem tem sido da vida, coitada, que até me deu viagens e outros brindes como inspiração. A culpa é da falta de vagar, do feicebuque, do frio - mas nunca vossa, ou minha. E por isso mesmo o Sofá, relativamente firme e hirto desde 2003 (!), não encerrará para obras neste Inverno de rigor disparatado.

O Boa Noite e um Queijo, por exemplo, continua a levar a água ao seu moinho: o mesmo é dizer que a passar música para amigos e aficionados, na mais pura e abnegada partilha de que a Ana e eu somos capazes. Já o meu leitor de MP3 se tem surpreendido com algumas das músicas mais rodadas neste final de ano. Não consigo negar que gosto muito desta canção da Norah Jones, por exemplo. E da letra. E nem vale a pena puxar pelo mini-trunfo indie da colaboração do Ryan Adams: afinal, o homem não faz um álbum de, erm, homem há uma eternidade, e mesmo nesta música, segundo a própria Norah, limitou-se a dar um toquezinho. Cá fica a prova da minha entrada na terceira idade, então: «Even Though», uma das minhas músicas favoritas de 2009 (e não haverá um cheirinho de Rilo Kiley aqui?).




«Don't understand the words he said made me do wrong
But now there is nothing else in my head
And though it's strong, I wish he'd leave me - alone
I wish he'd leave me»

Tempos idos

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