quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Um ano e pico

Eu nem gosto muito de ver música ao vivo no YouTube, nem de recorrer ao dito para recordar os concertos em que fui feliz. A sério. Mas de quando em vez lá ponho o pé em galho verde - desta vez, desaguando na conclusão em forma de interrogação que se segue: mas para que é que eu continuei a ver concertos depois deste? Uma palavra: Guimarães.

domingo, 27 de setembro de 2009

Fim de festa

O regresso regressadinho é só depois de amanhã, mas neste final de tarde mais estival do que outonal, sinto já a sombra da nuvem que anuncia o fim das férias. Bom sinal, acredito: de que descansei e até temo, quando regressar à minha cadeira de escritório à janela plantada, ter esquecido passwords, procedimentos e neuras associadas.

Para trás ficam duas semanas de passeatas, muita música (mais recordada do que posta em dia, coração oblige), amigos quase sempre por perto e aquela sensação estranha de que a Europa é outra coisa qualquer que não nós.

O conforto é grande quando à volta as ruas são limpas, os transportes ordeiros, a calma reinante e o civismo uma regra, ao invés de excepção. Mas não demora muito até percebermos que a nossa Europa, se é que o termo também se lhe aplica, é de uma ordem distinta, necessariamente mais caótica, mais quente (não falo do tempo, que graças a São Pedro esteve sempre do meu lado), e não necessariamente inferior. O facto de a toda a hora pensarem que sou espanhola também não ajudou a combater este sentimento de vaga alienação por terras pouco estranhas.

Não percais, dentro de dias, algumas fotos da minha expedição pela Europa Central (ou, como lhe chama o Miguel, a Europa «dos bárbaros») e, se o vento soprar de feição, o regresso do Boa Noite e um Queijo, já esta Terça-feira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fogo

Nada como um incêndio para animar a rua em noite de primeiro debate eleitoral na televisão.

É certo que, quando a varanda do prédio da Mary se começou a esfarelar, também houve alguma comoção (e uns três polícias parados a olhar para a dita, durante cerca de uma hora), mas nada que se compare com o verdadeiro circo de ontem à noite.

Polícia, uma ambulância e dois carros dos bombeiros levaram até aos Arneiros uma multidão não só de gente, como de animais (os cães que as pessoas passeavam quando se depararam com o «acontecimento»; um dos gatos do primeiro andar que, no parapeito da janela, se mostrava verdadeiramente curioso com a movimentação na rua).

Da janela da cozinha, pude ver não só a multidão a dispersar (já cheguei em fim de «festa») como a chegada dos donos da casa: um casal novito, de mota, a quem umas senhoras mais velhas (da família, vizinhas?) deram a má notícia. «Foi um incêndio, tem calma», começou uma delas por comunicar. A moça levou as mãos à cabeça e o moço, esbaforido, deixou a mota de qualquer maneira para subir as escadas a correr e verificar os estragos no seu primeiro andar.

Só daquele lado do nosso prédio o debate Sócrates - Portas perdeu três espectadoras para o incêndio: eu, a Anne Martens e a vizinha de baixo, a quem fui eu a fornecer as novidades sobre o fogo. Não costumo cruzar-me com ela, mas pareceu-me bem simpática: antes de voltar para dentro, despediu-se com um enfático «boa noite!». Regressaria ao posto de observação para assistir à entrada em cena do infeliz casal do prédio em frente.

Tempos idos

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