quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Boa Noite e um Queijo (mais um)

Quantas serão já as emissões do Boa Noite e um Queijo, desde que nasceu nos acolhedores estúdios-moradia da saudosa Química FM? Não sei, mas posso garantir que muito poucas foram as vezes em que nada, ou quase nada, correu mal. Desta vez, não nos esquecemos dos discos nem o leitor de pens encravou nem a chave da rádio se extraviou. A prova, esperamos nós, pode ser ouvida aqui.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Close To Paradise

Aquele disquinho de que falei aqui, há coisa de um ano, ao qual o autor chamou Close To Paradise, é só um dos meus álbuns favoritos dos últimos tempos. Regresso sempre a ele com a mesma sensação de descoberta e, ao mesmo tempo, de grande familiaridade e conforto. Suponho que seja suficiente para o trazer junto do coração e repetir, aqui, a recomendação.

Claro que quem tira fotos destas também não há-de ser má pessoa de todo.

Baixas (algumas das)

Mal posso esperar que 2008 acabe, passe, desapareça, se esfume numa memória qualquer, distante de mim.

Quando a minha cozinha era mais bonita:



Mélinho, tão digno e misterioso na partida como no adeus.

Surreal RTP

Dois momentos me ficaram na retina pelos piores motivos, no dia de ontem, ambos pela mão da RTP.

Primeiro, a Marta Leite Castro (oh não, outra vez) a entrevistar o Toy com a habitual cabecita pendente de Bambi (ela, não ele). Ele dedicou-lhe o hit «Sensual», cuja letra ela conhecia, e falou-lhe de religião, e pegou-lhe nas mãozinhas.

Se ainda conservam o jantar no bucho, preparem-se para mais esta. No programa «A Minha Geração», da Catarina Furtado, desta feita dedicado à longínqua década de 90, actuou a Whigfield (aquela loura de trancinhas que, andava eu no liceu, se penteava frente ao espelho em preparação de uma louca «Saturday Night»).

Como se terão lembrado dela? E a que propósito a terão convidado para fazer um playback na RTP, num Domingo à noite? Sabe Deus (e o erário público).

Ainda melhor que esta surpresa, coroada em grande glória pelo «da di da da» que celebrizou a dinamarquesa, foi a entrevista conduzida, no final, pela Catarina Furtado.

Depois de desenterrar um «one hit wonder» da eurodance de quem mais ninguém se lembraria, pagando-lhe certamente de modo principesco, quis a RTP agradecer a Whigfield pela visita, a revelar grande «generosidade» por parte da cantora. Diz que na véspera foram as duas, escandinava mais Furtado, para a Moda Lisboa. Deus a abençoe.

Maldadezita sem maldade

Estão em grande o Nick Valensi e o Albert Hammond Jr., no disco d' Os Pontos Negros.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Boa Noite e um Queijo

Na semana passada não ficou gravado. Esta semana, quase não acontecia. Mas está aqui, pronto a servir, em versão amanteigada.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Honest things, they last

Raramente os press releases servem para alguma coisa. Minto: se nos telefonam e temos de anotar alguma coisa, a face em branco pode revelar-se útil. Quando queremos ocultar as manchas de café no tampo da secretária e não temos lenços de papel, também é bom termos uma dessas coisas por perto. Mas na maior parte dos casos, pouca utilidade têm essas palavras mal amanhadas por alguém que do objecto em causa (disco, filme, cabaz de Natal) nada percebe.

Não é o caso, por incrível que pareça, do textinho que acompanha o novo (e primeiro) best of do Josh Rouse.

Para já, para escrevê-lo houve um senhor que foi falar com o artista a um parque em Nova Iorque, num dia de vento fresquinho. O cenário faz sentido. Depois, dá ao texto o título de «It's an honest thing and honest things, they last», deixa da última música do 1972, a hipercalórica «Rise». A coisa promete, vê-se que o homem percebe da poda e soube escolher uma frase bem representativa da obra do Señor Rouse (agora vive em Espanha).

O Josh Rouse é, dizem as más línguas, um dos artistas mais sensaborões a merecer a minha estima. Eu até posso concordar, mas prefiro não lutar contra a boa disposição, os sorrisos e as palminhas que cada uma destas músicas causam em mim mesmo antes da chegada de cada refrão, redondo e perfeitinho. Depois há toda a questão, ainda mais choninhas, das lembranças que canções como «Laughter», «Feeling No Pain» ou «Come Back (Light Therapy)» despertam no meu cérebro apatetado.

Assim de repente: passeios com a Mary-John ao fim-de-semana, de carro na Marginal; noites coladas ao rádio a ouvir os programas do Miguel Quintão; subir a Rua do Carmo, sem pressas, em tardes de sol, rumo ao meu primeiro local de trabalho; os primeiros - e melhores - tempos de camaradagem, amizade e palhaçada no Cotonete; um belo e inesperado concerto na Aula Magna, que vi com a Martens e outros bons amigos, poucos dias antes de deixar o local onde trabalhei que nem uma moura durante cinco anos.

Podia continuar, mas acho que já perceberam a ideia. E que me caia uma resma de comunicados de imprensa na cabeça se isto não é verdade: desde que comecei a escrever este post, a chuva parou de cair.

Oh rainy day

Até parece mal, mas não há nesse maná de vídeos que é o YouTube um único clipe com a música que hoje gostava de vos dar - «Sit and Listen To The Rain», uma das mais bonitas dos Whiskeytown (a antiga banda do transviado Ryan Adams).

Estranhamente encontrei o vídeo de uma moça americana a fazer a sua própria versão da musiqueta, munida de guitarra acústica e comentários lamurientos sobre o estado do tempo na altura em que gravou o clipe. «I'm a moron, in case you haven't noticed», diz ela a certa altura. Às vezes gostava de avançar uns anos para ver a figura que andamos todos a fazer com estas «novas» tecnologias, com um distanciamento (ainda mais) crítico.

Entretanto, se estiverem registados no Last FM podem ouvir o «Sit and Listen To The Rain» aqui. Acompanhar com chá quente e um temperamento melancólico.

domingo, 5 de outubro de 2008

Adeus amigo

Se isto não é típico deste país o meu nome não é Lisabel.

Anda tudo preocupado com o casamento gay, a crise económica e o declínio do FCP quando, mesmo nas nossas barbas, uma barbaridade foi perpetrada.

Aposto que foi pela madrugada que «eles» fizeram isto. A mim já me tinham contado, mas só ontem tive coragem para confirmar a calamidade com os meus próprios olhos.

O boneco do Multibanco, esse amigo de todas as horas, foi substituído - à socapa, claro está - por uma versão «mais jovem, dinâmica e divertida», tem o site da SIBS o desplante de anunciar.

Na entrevista-relâmpago na mesma página, o bicho - frio, inexpressivo, adivinha-se que insensível - mostra a sua raça. Egocêntrico («A novidade sou eu»), vaidoso («Não estou giro?»), sem qualquer discernimento no uso da pontuação... uma lástima, com a qual teremos de conviver diariamente a partir de agora.

Será que alguém perguntou ao antigo detentor deste nobre cargo se estava cansado? Alguém o avisou que a reforma o esperava, sem apelo nem agravo, depois de 18 anos a dar guito à malta, sempre com aquele sorriso tolinho de quem não faz perguntas e não se acha o maior da rua dele?

Porque o antigo boneco do multibanco, meus amigos, tinha personalidade. E uma consciência sindical - em tempos deu uma entrevista à revista 365 (sim, não era como este, que só fala em modo de comunicado oficial) onde mostrava que dentro daquele corpinho rectangular e verde alface vivia um trabalhador como todos nós. Com um ou outro deslize efeminado (ai aquela perninha de ladeiro...), olhos a tremer assimetricamente em dias de maior stress ou cafeína, a ocasional moquita para esquecer a rotina (quem nunca o viu com aquela efémera e deliciosa expressão de ganzado?). Mas era tudo isto que fazia dele um companheiro tão especial.

Adeus, boneco do multibanco, não te esqueceremos. Espero que te tenhas afiambrado às poupanças dos pulhas que te fizeram isto e que gozes muito o descanso a que te forçaram.

Olhai que rico, ele ganzadito:



O tratante que o veio substituir:

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Vozes

A Menina Alice anda com esta lengalenga na cabeça.

Eu desde Sábado que não consigo ultrapassar isto:

«Tall Saint, I'm devoted with a glass of champagne to you
Bubbles to the chandelier

(...)


In my city I didn't make a sound
When I fell over and cracked my crown
Heard a woman say "stay down champion, stay down"»

Oh senhores, deixai lá de mandar mensagens telepáticas para a nossa cabeça, sim? Nós, os pobres, temos de trabalhar.

Tempos idos

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