sexta-feira, 23 de junho de 2006

Procurar o amor

Os utilizadores do sapo.pt levam a novos extremos a busca do amor.

Sempre que passo pela homepage deles reparo no top das palavras mais pesquisadas naquele dia... e «amor» é, quase quase sempre, a primeira.

Reparem:

«1. amor 2. portugal 3. filmes 4. mundial 5. jornal 6. jogos 7. lisboa 8. hotel 9. tempo 10. porto»

Depois temos honrosos 23º, 26º e 56º lugares para «anal» (!), «mamas» e «floribela». Por enquanto, pelo menos no top do sapo, os Morangos ainda batem a produção infanto-surreal da SIC (estão em 44º).

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Sim, eu também gostava...

«... esta magia tem vindo a perder-se. A última grande selecção do 'Escrete' a encantar o mundo futebolístico foi a de 1982 (Espanha); em 1986, no México, foi um sol que durou pouco. Daí para a frente, a monotonia instalou-se na equipa do Brasil e a magia dos jogadores não tem passado para a selecção. As vitórias medíocres nos Mundiais de 1994 (EUA) e de 2002 (Japão/Coreia) não ajudaram os mais nostálgicos corações brasileiros.»

Li isto no Público de hoje. Como é que se pode ganhar dois mundiais quase consecutivos e ser medíocre? Não sei, mas gostava que Portugal fosse medíocre assim, nessa monotonia da vitória.

domingo, 18 de junho de 2006

Inanidades

Grande momento na revista Pública deste Domingo: Maria Filomena Mónica descobre que as crianças de 2006 não são as da sua infância.

Até concordo que a ausência de regras claras e de acompanhamento dos filhos está na origem de muita da desorientação infanto-juvenil de hoje, mas não pude deixar de me rir com expressões como «crime cultural», aplicadas a levar os filhos a concertos dos D'ZRT.

«A titilação sexual primária, contida na letra destes conjuntos musicais, é desapropriada a jovens de tenra idade. Ao aceitarem levar filhos pequenos a concertos pop, os pais estão a tornar-se cúmplices de um crime cultural.»

Sim, espero bem que os filhos que vier a ter me peçam para ir a recitais de piano (aos cinco anos) e saraus de música clássica (a partir dos sete, oito).

«Titilação sexual» é um termo lindo, e só por isso Maria Filomena Mónica ganha pontos. Mas a melhor parte está logo na primeira coluna de texto:

«A pedido da revista Atlântico, aceitei escrever sobre a novela Morangos Com Açúcar, exibida diariamente pela TVI entre as 18h00 e as 20h00. Foi então que me dei conta de que a mesma tinha originado uma banda musical idolatrada pelos miúdos. Um colega confidenciou-me que o filho, de dois anos, já entoava o 'Para Mim Tanto Faz'. Fui imediatamente à FNAC do Chiado comprar o disco: a inanidade da letra ultrapassou as piores expectativas.»

Ou seja, Maria Filomena Mónica despertou de um sono profundo quando contactada pela revista Atlântico (porque um ano de 2005 em que os D'ZRT dominaram os tops de vendas não lhe chegaram para perceber a existência da «banda idolatrada pelos miúdos»), e acha estranho que as cantigas memorizáveis por crianças de dois anos tenham «letras inanes». O que deveria o infante cantar de cor? As letras de Sérgio Godinho? Einstürzende Neubaten? Rui Reininho? Tom Waits? Andrew Bird? Fica a dúvida (e a risota, confesso).

Provas

Como eu dizia ontem, há sempre razões para se torcer por determinadas equipas (ou, pelo menos, para amenizarmos o choque da sua vitória).

México:



(encontrei esta imagem por acaso. Não, a sério. Estava a tentar perceber se mais alguém tinha ido ver as Pussycat Dolls ao Atlântico e fui dar a um site de fãs do actor, que anunciavam/lamentavam a sua presença nos MTV Awards em Lisboa, no ano passado...)

sábado, 17 de junho de 2006

Coitadinhos

Sou daquelas pessoas insuportáveis que conseguem ter pena de quem quer que seja. Nem que, antes desse ataque de consciência, tenha desejado aos «coitadinhos» as piores coisas deste mundo e do outro.

Esta irritante falha de carácter reflecte-se no meu (cada vez mais interessado, confesso) visionamento dos jogos do Mundial. Torço por tudo quanto é país pobre, não-favorito, terceiro mundista ou outsider na competição. Às vezes também gosto que ganhem os que jogam melhor. Hoje, assistia divertida ao baile do Gana frente à República Checa, e exultei quando o árbitro assinalou um penalty a favor dos africanos e expulsou o checo faltoso. Bastou que o operador de câmara mostrasse, nas bancadas, um miúdo a chorar baba e ranho, esborratando as cores da bandeira checa que levava pintada na cara, para que me arrependesse do que estava a desejar e até ficasse um bocadinho contente quando o ganês falhou o penalty.

Ainda assim, gostei do resultado. Deliro quando vejo as equipas a jogar sem medo, mesmo que com ingenuidade e alguma trapalhice, ignorando foras-de-jogo, perigo de contra-ataques, etc.

Para comentários a sério, leiam aqui.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Got you where I want you motherfucker

O meu gangsta popper favorito, finalmente, em Portugal?...

Por esta vou de bom grado ao Sudoeste... nem que não vá ouvir as músicas do "Gentleman" ou do "1965", mesmo sabendo que o Shawn Smith já não faz parte da coisa, e correndo até o risco de ver um concerto para dois ou três (o resto do cartaz tem uma orientação diametralmente oposta à luz negra que emana o Greg Dulli).

Mary, tentei comentar n' O Burro mas não consegui. Seja como for, vemo-nos por lá : )

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Censura!

Ainda sobre o Mundial (nos dias que correm, não dá para lhe escapar, nem sei se quero): compreendo que os senhores que mandam nestas coisas desejem que a transmissão se centre nos jogos, mas ignorar coisas como a entrada em campo de um adepto croata, durante o jogo com o Brasil ontem à noite, é um bocado ridículo.

Não mostrar imagens quase nenhumas das pessoas que, na bancada, fazem a festa é, a meu ver, tão estúpido como, nos resumos das partidas, mostrar essas imagens e ignorar os golos, jogadas mais perigosas, etc.

Ontem, quando o dito fã da selecção aos quadradinhos entrou em campo, obrigando à interrupção do desafio, o realizador optou por mostrar os jogadores a olhar para o ar ou uma ou outra claque nas bancadas. O valente croata, nem vê-lo. Este tipo de edição é uma palhaçada e raia mesmo a censura. O facto, a notícia naquele momento era a entrada em campo do gajo, e não o jogo, que por acaso até estava parado.

(Qualquer dia entra um elefante em campo e os comentadores: «Pois é, pois é, a relva está bem verdinha!»)

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Ou seja, não é preciso centrar as reportagens em fait-divers como o champô favorito dos jogadores, nem fazer de conta que um mega-evento como o Mundial de Futebol se faz apenas com uma bola e 24 pés.

Aquela coisa lá longe na Alemanha

Para a Bola, esta manhã, a notícia mais importante é o Léo ter dito que o Miguelito, sim senhora, é um bom reforço para o Benfica.

Parece que lá longe na Alemanha, onde está a haver um torneio mundial ou lá que é, os gajos que detêem o título ganharam o primeiro jogo. E quem marcou o golo? Um «amigo de Rui Costa», claro está!

«Kaká salvou o Brasil- Depois do italiano Pirlo outro amigo de Rui Costa»

Eu, na terminologia d' A Bola, devo ser «uma amiga de vários adeptos do Benfica»...

segunda-feira, 12 de junho de 2006

E ainda!


Nem nas melhores fotos, ou seja, naquelas que lhe tirou o grande Luís Bento aquando da passagem pelo Coliseu dos Recreios, Patrice é tão... fofo como sentado frente a frente para uma entrevista, nos bastidores do Super Bock. Não vi o concerto, não conheço os discos, mas os olhos daquele moço não enganam - há ali ternura para dar e vender. E ao vê-los não restam dúvidas sobre a razão que o terá levado a dedicar o seu último álbum, "Nile", à água.

Na mesma tarde, estava eu atrofiadíssima a testar dois minidiscs diferentes, um charmoso belga passa por mim e cumprimenta-me com simpatia. Será que o Tom Barman me reconheceu, sendo que a última e única vez que falara com ele estava a cair de sono e o senhor com uma ressaca de caixão à cova? De forma a ganhar fôlego para os próximos dias, acreditemos que sim.

Recompensas

Numa altura em que toda a gente enfia o chinelinho no dedo e ruma à praia mais (ou menos) próxima, aqui a moura de trabalho divide-se entre entrevistas sucessivas, festivais madrugada dentro e atribuladas mudanças de casa, com caixotes às costas e sem elevador.

Há, no entanto, recompensas. Uma: ontem, apesar de à hora do lanche já cambalear um nadinha, o Ed Harcourt (songwriter inglês que gravou pelo menos um disco lindivinal) fez-me uma promessa e cumpriu-ma. No final da entrevista, confessei a minha condição de fãzoca do "Here Be Monsters" (2001) e, em particular, de 'God Protect Your Soul', a música que me apanhou de surpresa nas longínquas e saudosas emissões d' "O Menino É Lindo", na Voxx.

«São coisas dessas que fazem tudo valer a pena», garantiu ele, sem pinga de ironia descortinável à vista desarmada. «Tenho andado para recuperar essa música, se gostas assim tanto esta noite vou tocá-la, pela primeira vez em muito tempo».

Agradeci, apesar de não ter acreditado (muito). Foi a primeira música de um concerto de duas horas. Obrigada, Ed - take care (literalmente).

Tempos idos

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