segunda-feira, 25 de abril de 2005

O novo Papa - breves considerações

Católica mais por criação do que por convicção, assisti como qualquer outro mortal à promoção do Cardeal Ratzinger ao cargo de líder da Igreja Católica. Brevíssimas considerações, agora que o fumo começa a dissipar-se...

1. Ratzinger, nome artístico Bento XVI, diz cobras e lagartos da pop/rock. Que é coisa devassa, dada a práticas estranhas e contrárias ao cristianismo, como o culto e a adoração. Se pudesse colocar uma só pergunta ao novo Papa, seria esta: o que é que não é cultura pop na Praça de S. Pedro repleta de fiéis que nem o cocuruto do Santo Padre conseguem avistar, nos trajes inutilmente faustosos, nos rituais simbólicos e desligados de significado concreto e imediato, na histeria provocada por uma pessoa (repito, como se fosse o João Malheiros, uma pessoa!) que se crê estar acima de todo o rebanho?

2. Talvez por João Paulo II ter sido Papa durante toda a minha vida, não sei se me irei habituar ao novo Sumo Pontífice. Para já, não gosto do nome. Parece nome de pesticida.

«Contra o míldio e o papão, Bento XVI na sua plantação!»

Boa (e blasfema) semana!

segunda-feira, 18 de abril de 2005

terça-feira, 12 de abril de 2005

Quando os ídolos procriam e são felizes

Uma gaja até se emociona.

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Obrigada, Célia, pelo link!...

Acrescento posterior: não sei o que se passou, mas as imagens deixaram de aparecer. Tentei repôr pelo menos duas delas, vamos lá a ver o que acontece...

terça-feira, 5 de abril de 2005

Nunca é tarde para descobrir... Ani

Ani DiFranco é nome que me habituei a ler, associado às artes do songwriting, mas no qual nunca tinha pousado os ouvidos, até este "Knuckle Down", lançado há pouco tempo pela Righteous Babe, editora fundada pela própria norte-americana, por causa «do cheiro das tintas», como diria o meu pai. Ani é, verdadeiramente, uma artista independente, e essa liberdade sente-se, cheira-se neste disco (com produção do meu mui estimado Joe Henry), mas também no facto de, aos 35 anos, a moça contar já com esta catrefada de discos. É o que dá não ter de prestar contas a ninguém.

Em "Knuckle Down", há guitarras acústicas e uma voz que começa a conquistar-me, mas também uma variedade curiosa de ambientes e - algo por que me pelo sempre - letras muito apetitosas. "Seeing Eye Dog" tem uma passagem que me deixou logo de orelhas em pé.

"With that winning combination of loyal and kind
Your eyes like wells to the water of your mind

I want to take a long, cool drink from your bucket
To every thought I could think now, I say fuck it"


Além disto tudo, Ani DiFranco tomou como protegido o genial Andrew Bird, cujo último disco, "The Mysterious Production of Eggs", me tem alegrado os primeiros meses de 2005. Parece-me portanto que não é tarde para perceber que gosto da Ani.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Ainda (e sempre), a panca

Pode estar a ser um ano estrambólico em termos profissionais, de organização de tempo, de saborear as coisas. Sinto tudo a passar-me ao lado - por uma nesga, uma tangente bem tirada, mas sinto. Seja como for, como não pode correr tudo mal, lá para as bandas do Porto continua a haver motivos para delírios antecipados.

Dia 10, ou seja, já no próximo Domingo, Elísio Donas, Nuno Prata, Peixe e Kinörm, aka os Ornatos sem Manel, tocam as músicas da banda-sonora d' "Os Amigos de Gaspar" e outras composições de Jorge Constante Pereira e João Lóio.

"Uma Amizade Assim", chama-se o espectáculo, e não me conseguiria lembrar de um nome mais perfeito para homenagear este disco do Sérgio Godinho, que encontrei em saldos, certa vez, por cinco euros.



Ah, o Manel não canta... pelos melhores motivos: será o grupo Meninos Cantores da Trofa a assegurar esse importante papel!

Mas quem quiser vê-lo, e ouvi-lo, dentro em breve, pode sempre ir ao Hard Club a 29 deste mês. Temos Supernada, outra vez, com a vantagem de o Nuno Prata abrir o concerto. Ou seja, o Prata «que é ouro» com guitarra e o Manel, que é o Manel, sem ela. Parece-me bem.

Aproveito para desabafar que me irritam as pessoas que dizem não gostar de Pluto, porque «Ornatos era melhor». Não gostar tudo bem, achar inferior na boa, agora o que me deixa fora de mim é que, quando pergunto: «Ah sim, então gostas de Ornatos? Viste-os naquela ocasião, e na outra, e ainda naqueloutra?», a resposta é invariavelmente: «Eeer... eu nunca vi os Ornatos ao vivo».

Sinto-me tentada a juntar-me ao meu colega Paulo Rico e citar...

Não faças
Deixa que aconteça
Agarra no momento para que não desapareça

Mediocridade

Muitas vezes lemos artigos sobre como a junção, no mesmo espaço, físico e/ou temporal, de mentes particularmente brilhantes e com afinidades evidentes dá resultados notáveis. Na música, os exemplos dos Beatles ou dos Rolling Stones serão, talvez, os mais falados. Recordo-me também, e por uma questão de proximidade pessoal, dos Faith No More, um exemplo delicioso porque, a essa fórmula de «génio mais génio dá genial», a banda de San Fran acrescentava a variante «odiamo-nos uns aos outros mas assim é que isto funciona».

Poucas vezes se fala, no entanto, na soma de várias mediocridades. Na música, o resultado pode não ser só mau; péssimo é, também, uma possibilidade, mas o que mais me diverte são aquelas bandas de virtuosos sem sentido de auto-crítica, autores de música que, se forem sinceros, reconhecerão que nem a si mesmos interessa, e se intrigam depois sobre as razões do seu fraco sucesso. Más ideias e falta de humor é, assim de repente, a pior combinação que consigo imaginar para um "casamento" artístico.

Mas vem tudo isto a propósito de algo que vi, na semana passada, de relance na televisão. Um resuminho da nova Quinta das Celebridades. Já nem vou questionar que celebridades são aquelas que, em 90% dos casos, nunca vi mais gordas, nem mais magras, com mais ou menos silicone. A questão é: como é possível reunir tanta mediocridade e falta de interesse num só sítio? Ou será que estas coisas são contagiosas e os mais broncos acabam por influenciar os restantes?

Sem paternalismos nem mania da superioridade, juro que me deixam a pensar: coitados dos bichos. E eu, como sabem, até gosto de ver má televisão.

Tempos idos

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